Na escola de samba Rosas de Ouro, localizada na zona norte da cidade, as aulas de balé foram retomadas em julho passado, após terem sido interrompidas por quase duas décadas. O vice-presidente da agremiação, Osmar Costa, enfatiza que o projeto visa oferecer benefícios sociais, como a melhoria do comportamento das crianças. Ele destaca que as roupas e sapatilhas são doadas para quem participa das aulas, e a escola busca atingir as famílias, abrindo suas portas para a comunidade.
Na Rosas de Ouro, a coordenadora do curso, Sueli Aparecida Costa, ressalta que para as crianças, a dança é a realização de um sonho. E não é somente no campo artístico que o balé tem impacto. No caso de Pietro Araújo Massari, um garoto de 10 anos com TDAH e possivelmente autismo, as aulas de balé o ajudaram a se acalmar, se concentrar e interagir melhor na escola.
A escola de samba Unidos de Vila Maria também oferece aulas de balé há pelo menos 20 anos, sendo um dos cursos mais procurados. Na zona sul, a escola de samba Estrela do Terceiro Milênio pretende ampliar o número de vagas para as aulas em 2024, percebendo mudanças positivas no comportamento das crianças que participam.
Os resultados de combinar balé e samba são evidentes, como no caso de Helena Barauva dos Santos, que encontrou no balé uma forma de se expressar e melhorar seu comportamento. Ou no caso de Pietro, que encontrou no balé uma forma de se acalmar e interagir melhor.
Esses projetos sociais, que visam levar a dança clássica para crianças e adolescentes, representam uma oportunidade de inclusão e transformação social para muitos jovens que, no futuro, podem até desfilar nas avenidas, embalados pela harmonia do balé e pela energia contagiante do samba. O balé, como afirma o presidente da Estrela do Terceiro Milênio, preenche um vazio cultural e pode até revelar talentos que se tornem profissionais da dança e da arte. Afinal, como ele destaca, a escola de samba é uma escola de arte.