Prefeito do Rio de Janeiro anuncia plano de ação e monitoramento para população em situação de rua, incluindo internação compulsória.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), apresentou um novo plano de ação e monitoramento para lidar com a população em situação de rua na cidade. Denominado Seguir em Frente, o programa foi oficializado por meio de um decreto publicado nesta quinta-feira (21) e inclui a possibilidade de internação compulsória de usuários de drogas, desde que avaliada por um profissional médico.

Essa medida já havia sido ventilada anteriormente pelo prefeito, mas em novembro foi considerada inconstitucional pelo Ministério Público Federal. O procurador Júlio José Araújo afirmou à Folha que seguia a opinião de uma nota técnica emitida há um mês, na qual a procuradoria e a Defensoria Pública da União destacavam que a internação compulsória de usuários de drogas, realizada contra a vontade do paciente, é inconstitucional e atenta contra a dignidade humana.

Apesar das controvérsias, a prefeitura alega que o objetivo do programa é promover a ressocialização, reinserção no mercado de trabalho e resgate da cidadania para a população em situação de rua. Dentre as medidas previstas, estão a implantação de um prontuário único de saúde e assistência social, a criação do PAR Carioca (Ponto de Apoio na Rua) e de uma residência de acolhimento, além da oferta de ocupações remuneradas em atividades de interesse público ou em instituições parceiras.

De acordo com a prefeitura, o programa será dividido em cinco fases, buscando criar condições para a saída das pessoas das ruas, promover o tratamento de saúde necessário, oferecer ocupações remuneradas, preparar para o mercado de trabalho e gerar renda, bem como conquistar autonomia para a reinserção na sociedade.

A internação compulsória, segundo a prefeitura, será direcionada apenas para casos de risco iminente e imediato para a pessoa ou terceiros, identificado por profissionais de saúde. Para esses casos, foram disponibilizados 30 leitos de saúde mental em hospitais gerais, com notificação ao Ministério Público e a outros órgãos de fiscalização. Após a alta, o paciente será encaminhado para uma unidade de acolhimento ou para seu domicílio.

O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, afirmou que a internação emergencial acontecerá quando necessário e será curta, visando tirar a pessoa daquela situação. Segundo o censo realizado em 2022, o Rio de Janeiro tem 7.800 pessoas vivendo nas ruas, em mais de 1.600 pontos mapeados, evidenciando a urgência das medidas propostas pelo programa Seguir em Frente.

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