Investigação da Polícia Federal de São Paulo desvenda esquema de barrigas de aluguel envolvendo clínicas de reprodução humana.

A Polícia Federal em São Paulo está investigando um caso preocupante de suposto esquema ilegal de venda de cessões temporárias de úteros, conhecido como barriga de aluguel, por clínicas de reprodução humana na capital paulista.

As suspeitas surgiram quando o americano Philip Ghali, de 46 anos, compareceu ao posto de emissão de passaportes da PF, no Shopping West Plaza, com o intuito de emitir um passaporte para uma criança recém-nascida. Esse fato levou a PF a iniciar um inquérito e aprofundar a investigação.

Segundo informações, o americano deu entrada no Brasil três dias após o nascimento da criança, alegando que seu desejo de ser pai o levou a buscar a produção independente, já que não é casado. A advogada de Ghali afirmou que ele desconhecia a legislação brasileira sobre a proibição do pagamento por barriga de aluguel e que contratou uma empresa para facilitar o processo de fertilização.

A PF descobriu que a genitora da criança é Thamiris Menezes, residente de São Vicente, e que teria dado à luz três crianças anteriormente, mas apenas uma delas estava registrada em seu nome. As advogadas de Thamiris afirmaram que a gestação da criança seria um ato de amor por ela realizado para concretizar o sonho de Philip de ser pai, mas a PF considera que as regras sobre cessão temporária de úteros podem ter sido quebradas.

Além disso, a PF suspeita de um possível tráfico internacional de pessoas, uma vez que a barriga de aluguel é permitida em vários países, incluindo o próprio dos EUA, mas não no Brasil. A evolução do inquérito revelou que a clínica de reprodução humana teria seguido com os procedimentos, mesmo após o pedido ter sido negado pelo Conselho Regional de Medicina.

As advogadas de Thamiris insistem que a gestação foi um ato de amor, porém, as investigações mostram que o vínculo entre Ghali e Thamiris parece inconsistente, levantando mais suspeitas sobre o caso.

A PF investiga ainda a empresa La Vie Consultoria, que teria sido indicada pela clínica para assessorar Ghali em questões burocráticas. O advogado da empresa nega irregularidades e afirma que a empresa atua com excelência e profissionalismo.

A Polícia Federal concluiu ser plausível a hipótese de que a cedente do útero seja pessoa socioeconomicamente vulnerável e que teria sido cooptada para viabilizar a gestação em troca de remuneração financeira.

O caso está em andamento e a PF informou que não comenta casos em aberto. O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo afirma que também está investigando o caso sob sigilo.

Diante de todas as suspeitas levantadas, o caso deve ter desdobramentos e decisões importantes serão tomadas pelas autoridades competentes. É fundamental que a legislação sobre reprodução assistida seja respeitada e que práticas ilegais sejam coibidas para garantir a integridade das mulheres e a segurança das crianças envolvidas.

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