Desde 1872, o IBGE inclui perguntas sobre classificação racial no Censo, o que tem gerado um largo debate em torno dessas categorizações. Ao longo dos anos, as opções de cor foram se modificando, refletindo as transformações culturais e políticas do país. Em 1890, por exemplo, o mestiço foi incluído no lugar do pardo, e em 1950, a população de descendência asiática passou a ser classificada como amarela.
Após um intervalo durante a ditadura militar, a pergunta sobre cor voltou ao Censo em 1980, e desde 1991, temos as cinco categorias que são perguntadas até hoje: branco, preto, pardo, amarelo e indígena. No entanto, é importante ressaltar que essas categorias não definem completamente a diversidade da população brasileira, mas ajudam a informar sobre as desigualdades socio-raciais que a constituem.
Analisando as respostas ao longo das décadas, o IBGE revelou mudanças significativas na composição racial do país. Em 1940, a população era composta por 63,5% de brancos, 21,2% de pardos e 14,6% de pretos, enquanto em 2022, a composição é de 43,5% de brancos, 45,3% de pardos, 10,2% de pretos e 0,8 de indígenas.
Esses números apontam para um país que deixou de ser majoritariamente branco e se tornou mais pardo, preto e indígena. A predominância da população parda é evidente, refletindo uma tendência de “um país mais negro”. No entanto, é importante ressaltar que essa interpretação pode variar conforme a região do país, com a categoria pardo sendo reivindicada por descendentes de indígenas em determinadas áreas.
Essa mudança na composição racial da população brasileira reflete uma realidade mais plural e diversa do que nunca. Diante disso, a necessidade de representatividade nos espaços de poder se torna ainda mais urgente, refletindo a verdadeira cara do povo brasileiro.