Hoje, os militares israelenses ordenaram que os moradores de Al-Bureij, no centro de Gaza, se mudem imediatamente para o sul, indicando um novo foco do ataque terrestre após devastar o norte da região e realizar incursões no sul. O governo de Israel, liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, prometeu eliminar o Hamas, o grupo militante que governa Gaza, após um ataque em 7 de outubro que matou 1.200 pessoas e fez 240 reféns.
O crescente número de mortos durante a campanha militar israelense tem atraído críticas internacionais, inclusive dos Estados Unidos. Desde 7 de outubro, 20.057 palestinos foram mortos e 53.320 ficaram feridos nos ataques israelenses, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.
Os militares israelenses têm lamentado as mortes de civis, mas culpado o Hamas por operar em áreas densamente povoadas ou usar civis como escudos humanos, uma alegação negada pelo grupo. Israel afirma que 140 de seus soldados foram mortos desde o início da incursão terrestre em Gaza, em 20 de outubro.
As negociações continuaram nessa quinta-feira para tentar evitar o veto dos EUA a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, redigida pelos Emirados Árabes Unidos, que exigiria que Israel e o Hamas permitissem “o uso de todas as rotas terrestres, marítimas e aéreas, em toda a Faixa de Gaza” para a entrega de ajuda humanitária. A votação do Conselho de Segurança foi adiada novamente para esta sexta-feira.
Uma pausa humanitária de 24 de novembro a 1º de dezembro ajudou a aumentar as entregas de ajuda a Gaza, mas relatórios apontam que toda a população de Gaza está enfrentando níveis críticos de fome. O risco de fome está aumentando a cada dia, segundo a Classificação Integrada de Fase de Segurança Alimentar.
Em declaração na quinta-feira, o Hamas e a Jihad Islâmica rejeitaram quaisquer acordos sobre trocas de reféns e prisioneiros palestinos “exceto após a cessação total da agressão” por parte de Israel. No entanto, o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, esteve no Cairo para um segundo dia de negociações, que terminaram no fim da quinta-feira. Embora os países mediadores, incluindo o Egito e o Catar, tenham se reunido separadamente com Israel, o Hamas e outros grupos, não houve maiores detalhes sobre as discussões.
Esta situação é extremamente delicada e em constante evolução, com desdobramentos a qualquer momento. A comunidade internacional segue atenta e preocupada com o aumento da violência na região, esperando por uma solução pacífica e que permita o acesso à ajuda humanitária para a população de Gaza.