Ao analisar as regiões do país, o estudo constatou que somente o Nordeste apresenta um percentual de secretárias de estado acima da média nacional, com 37,2% de mulheres ocupando esses cargos. Além disso, o Nordeste e o Norte se destacam por terem um percentual de pretos e pardos acima da média nacional, com 13,5% e 13,7%, respectivamente.
O estudo também revelou que mais da metade dos secretários pretos e pardos (51,6%) comandam pastas sociais, como Assistência Social, Cultura e Esportes, enquanto as mulheres ocupam a maioria das secretarias nesse setor, com 53,5%. Segundo Luiz Augusto Campos, coordenador do Gemaa e professor de Ciência Política da Uerj, essa baixa representatividade de pessoas pretas e pardas no secretariado reflete um déficit democrático, uma vez que as políticas públicas estaduais, que afetam significativamente a população preta e parda, são geridas majoritariamente por secretários brancos e homens.
De acordo com Daniel de Bonis, diretor de Conhecimento, Dados e Pesquisa da Fundação Lemann, a pesquisa teve como objetivo destacar a falta de dados nessa área, uma vez que não há uma exigência oficial para a publicação de informações sobre o perfil racial, de gênero ou socioeconômico dos altos dirigentes públicos. Bonis ressaltou a importância da diversidade e inclusão nos espaços de poder, para garantir uma democratização plena desses ambientes.
Para realizar a pesquisa, foram mapeados 572 secretários e secretárias estaduais nas 27 Unidades da Federação, classificando as pastas por campo de atuação – social, econômica, infraestrutura ou órgãos centrais. Os resultados do estudo evidenciam a necessidade de se promover a diversidade e inclusão nos altos escalões do poder público, a fim de garantir uma representação mais fiel e equitativa da sociedade brasileira.