Justiça Federal do RJ recebe denúncia do MPF contra policiais acusados da morte de menina de 3 anos em rodovia

Na última terça-feira, a Justiça Federal do Rio de Janeiro recebeu a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra três policiais rodoviários acusados pela morte da menina Heloísa, de apenas 3 anos, em setembro deste ano. O caso ocorreu na rodovia conhecida como Arco Metropolitano, na altura de Seropédica, região metropolitana do Rio. Os agentes atiraram contra o carro em que ela estava com a família.

De acordo com a denúncia, os policiais irão responder pela prática de homicídio consumado, quatro tentativas de homicídio e fraude processual. A Justiça decidiu manter as medidas cautelares impostas aos réus, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de se aproximarem das vítimas. A acusação também recorreu à Justiça pedindo a prisão preventiva dos policiais e que eles sejam levados a Júri Popular.

O MPF defende que os três policiais respondam pelos crimes, alegando que mesmo que nem todos tenham atirado, a confluência de vontades é suficiente para comprovar a intenção de matar. Segundo o órgão, os policiais decidiram “em comunhão de desígnios e por vontade livre e desimpedida”, se aproximar do veículo e atirar contra ele.

Por outro lado, os policiais argumentam que receberam uma informação de que o veículo era roubado e, por isso, o interceptaram. No entanto, o MPF rebate essa justificativa, alegando que não encontrou nenhum registro desse tipo no Departamento Nacional de Trânsito (Detran). Além disso, o carro foi comprado pelo valor de mercado e nenhuma das partes do negócio reconhece registro de roubo.

Outro ponto destacado na denúncia é o fato de os policiais não terem atirado contra os pneus do carro, o que para os procuradores evidencia que os policiais queriam matar os ocupantes do veículo ou assumiram o risco. As armas usadas pelos agentes da PRF foram fuzis de calibre grosso e alcance longo, mesmo tendo pistolas no momento da perseguição. O MPF ressaltou que “não é minimamente crível que, ao cravejar com tiros de calibre 5.56 um veículo tripulado e com carroceria comum, a poucos metros de distância, houvesse outra intenção senão a de matar”.

Este é mais um caso polêmico envolvendo agentes da lei no Rio de Janeiro e que coloca em debate a conduta desses profissionais e as consequências dos seus atos para a população. A Justiça, agora, terá a difícil tarefa de decidir sobre a punição adequada para os acusados e garantir a justiça para a família da pequena Heloísa.

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