Condições precárias nas prisões brasileiras resultam em violência e desrespeito aos direitos fundamentais, apontam entidades de monitoramento.

O sistema penitenciário brasileiro está sob intensa crítica de entidades que monitoram as condições das prisões no país. De acordo com relatórios, há uma proliferação de casos de tortura de presos e desrespeito aos direitos fundamentais. A atuação violenta de agentes é agravada pela manutenção de infraestruturas precárias, disseminação de doenças e restrição de acesso a água e comida, problemas que são recorrentes em todas as regiões do país.

Segundo relatos de detentos, as agressões físicas são comuns, mas não são as únicas formas de tortura no sistema prisional. Celas superlotadas, falta de assistência à saúde, educação e trabalho tornam o ambiente prisional insalubre e massacrante, de acordo com a perita Bárbara Suelen Coloniese, responsável por relatórios do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura.

Além disso, a qualidade da alimentação também é denunciada em todo o país, com relatos de presos recebendo alimentos azedos, com insetos e outras impurezas. A superlotação dos presídios é uma realidade, com um déficit de mais de 162 mil vagas nos presídios estaduais.

A situação precária das prisões brasileiras fortalece o crime organizado, como evidenciado pelo surgimento de facções como o Comando Vermelho e o PCC em contextos de abuso e maus-tratos.

A saúde dos detentos também é comprometida, como no caso de Edipo Benacio, que morreu de tuberculose e HIV enquanto cumpria pena na Penitenciária Estadual de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. Sua mãe, Sirlei Schiessl, só tomou conhecimento da doença e do falecimento um dia após o ocorrido, sem a oportunidade de buscar amparo na Justiça para solicitar prisão domiciliar para o filho.

Os governos dos estados, ao serem questionados, afirmaram repudiar a violência dentro das unidades e destacaram ações tomadas para apurar as denúncias e melhorar as condições das prisões.

No entanto, as denúncias de violência, maus-tratos e precariedade do sistema prisional continuam sendo uma realidade que desafia as autoridades e instituições responsáveis pela administração e fiscalização das prisões no Brasil. O Conselho Nacional de Justiça e o Ministério Público Nacional têm buscado soluções para reduzir a violência e melhorar as condições nas penitenciárias, mas ainda há um longo caminho a percorrer. A situação alarmante das prisões brasileiras coloca em xeque a efetividade do sistema penitenciário e a proteção dos direitos humanos dos detentos.

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