A estenose aórtica é uma condição comum entre idosos e, em casos graves, a única alternativa viável para melhorar a qualidade de vida do paciente é realizar um transplante da válvula natural disfuncional por uma artificial. O estudo, que já rendeu prêmios na área de ciências exatas e da terra, busca aprimorar a válvula aórtica de Wheatley para que não seja necessário o uso de anticoagulantes na fase pós-operatória, como ocorre com outras válvulas poliméricas.
Os anticoagulantes são utilizados para evitar a formação de coágulos e facilitar a circulação sanguínea, porém seu uso requer um cuidado extremo dos pacientes, principalmente em casos de sangramentos que podem levar a outras complicações.
Desenvolvida pelo Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), a pesquisa consiste na modelagem computacional do dispositivo que substitui a válvula aórtica natural em pacientes com casos graves da doença. Com o objetivo de reduzir o tempo e os custos envolvidos na produção física de protótipos e testes experimentais, a equipe se propôs a realizar a modelagem computacional da válvula de Wheatley.
Os pesquisadores testaram diversos softwares, sendo o solver LS-DYNA a opção que melhor se adequou às necessidades do projeto de pesquisa, permitindo reproduzir no computador o desempenho mecânico e fluidodinâmico que a válvula aórtica de Wheatley apresenta em condições controladas de vazão e pressão.
O desafio agora está em garantir que a válvula abra e feche rapidamente, evitando a formação de tromboses, e que a tensão de cisalhamento no fluxo sanguíneo esteja sempre acima de um limite crítico. Com isso, espera-se proporcionar uma vida útil maior do dispositivo em comparação às válvulas convencionais.
Em busca desse aprimoramento, os pesquisadores seguem empenhados em contribuir para a inovação e o avanço na área de dispositivos para tratamentos cardiovasculares, almejando oferecer soluções mais seguras e eficazes para os pacientes afetados pela estenose aórtica.