Tudo começou em 2001, quando Cavallari decidiu deixar de lecionar inglês para executivos em São Paulo e se dedicar exclusivamente à literatura de aventura. Seu primeiro grande sucesso foi o “Guia de Trilhas”, um manual para pedalar nas montanhas, repleto de mapas e dicas. A tiragem inicial de 8 mil exemplares se esgotou rapidamente, consolidando seu futuro como escritor.
A mensagem de Cavallari é de que, para sobreviver de livros de aventura, era necessário criar sua própria editora. Assim surgiu a editora Kalapalo, que ele mesmo gerenciava, implicando em um processo de trabalho que envolvia desde a escrita e a edição, até a distribuição e as entregas nas livrarias.
No entanto, em 2012, o escritor percebeu que era necessário mudar sua abordagem, uma vez que os guias em formato físico não teriam grande futuro devido à digitalização dos mapas de trilhas. Foi nesse momento que ele decidiu migrar para a literatura em si, contando suas aventuras de maneira mais profunda e contextualizada.
Ao longo dos anos, Guilherme Cavallari lançou diversos títulos, como “Transpatagônia: Pumas não Comem Ciclistas” (2015), “Highlands: por Baixo do Saiote Escocês” (2017) e “Transmongólia: Gengis Khan na Garrafa de Vodka” (2020). Sua mais recente aventura, traçada em 2022, foi a travessia da Cordilheira dos Andes, resultando na iminente publicação de “Trans-Inca: Sem Ar e Sem Poncho nos Andes”. O autor, que também lançará um documentário sobre a expedição, se posiciona contra o mercado digital e opta por manter uma produção autossuficiente.
Guilherme Cavallari enfatiza que sua jornada como aventureiro profissional não é fácil no Brasil, um país com poucos leitores e um mercado editorial desafiador. No entanto, ele continua comprometido em financiar suas aventuras com a receita proveniente da venda de seus livros e cursos, reafirmando sua posição como um aventureiro independente.
Toda a obra de Cavallari está disponível no site da editora Kalapalo, e ele mantém o dom de professor ao ensinar acampamento selvagem, trekking e cicloturismo. A trajetória do escritor paulista é marcada pela coragem de seguir sua paixão, desbravando fronteiras físicas e ideológicas em busca de suas histórias e aventuras.