Não foram estabelecidos prazos de quando as áreas podem desaparecer, mas os pesquisadores alertam que o processo de degradação pode acelerar com o tempo devido às alterações climáticas. Além do impacto ambiental, o desaparecimento das ilhas pode ter implicações graves nas fronteiras marítimas australianas, estendendo a jurisdição do país em mais de um milhão de quilômetros quadrados.
As ilhas formadas por corais no Mar de Coral são uma importante extensão da jurisdição australiana, fornecendo grandes áreas sobre as quais o país tem direitos, tanto em termos de pesca quanto de recursos minerais. Porém, a gestão costeira da Austrália depende da sobrevivência dessas ilhas de coral, o que torna a ameaça de seu desaparecimento uma preocupação não apenas ambiental, mas também geopolítica.
A única ilha habitada do grupo é a Ilha Willis, e as ilhas são compostas por sedimentos produzidos por detritos de coral. Além disso, elas desempenham um papel importante no ecossistema marinho, abrigando uma grande biodiversidade e sendo essenciais para aproximadamente 25% das espécies marinhas do mundo em algum momento do seu ciclo de vida.
Michael Owen, outro co-autor do estudo, ressalta que tomar medidas para reduzir o uso de combustíveis fósseis poderia ajudar a retardar o processo de degradação das ilhas. Outros estudos mostram que a Grande Barreira de Corais, localizada na mesma região, já perdeu mais de metade de seus corais devido às mudanças climáticas e sofre com o branqueamento em massa.
É importante ressaltar que, apesar de estarem localizadas em uma área remota, as ilhas formadas por corais no Mar de Coral possuem grande importância ecológica, ambiental e geopolítica, e seu desaparecimento poderia ter consequências significativas para a região e para o mundo. Novos trabalhos sobre o tema serão desenvolvidos para monitorar a situação das ilhas e buscar soluções para mitigar os impactos das ameaças climáticas, em um esforço para preservar esse valioso recurso natural.