O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou em alta de 0,01%, a 476,61 pontos, refletindo a cautela dos investidores diante dos comentários dos dirigentes do BCE. O presidente do Banco Central de Portugal, Mário Centeno, afirmou que os cortes de juros na zona do euro acontecerão “mais cedo do que o antecipado” e não é mais uma questão de “se”, mas de “quando”. Ele ressaltou que a revisão das projeções de inflação abrirá margem para relaxamento monetário, indicando que os cortes de taxa podem ser uma opção em breve.
Além disso, indicadores econômicos também influenciaram o cenário. Na China, a produção industrial teve alta acima do previsto, mas as vendas no varejo decepcionaram em novembro. Na zona do euro, o índice de gerentes de compras (PMI) recuou a 47,0 na preliminar de dezembro, abaixo das expectativas dos analistas. No entanto, no Reino Unido, houve alta no PMI composto, superando as previsões.
O Bank of America (BoFA) destacou que os movimentos dinâmicos que regem o mercado na região neste momento são a corrida entre o abrandamento da inflação e o enfraquecimento do crescimento. A instituição continua negativa em relação às ações europeias, prevendo uma queda implícita de 19% para o Stoxx 600 no próximo ano.
Na jornada de sexta-feira, o FTSE 100 caiu 0,91% em Londres, o Ibex35 recuou 0,73% em Madri, o PSI 20 teve uma queda de 1,21% em Lisboa e o DAX ficou estável em Frankfurt. Por outro lado, o CAC 40 subiu 0,28% em Paris e o FTSE MIB avançou 0,05% em Milão, refletindo as nuances do mercado europeu.
Este cenário de incerteza e cautela marcou uma sessão de variações e desdobramentos no mercado de ações da Europa, com investidores atentos aos rumos da política monetária e aos indicadores econômicos que podem impactar a região nos próximos meses.