Apesar de ser algo recente, os zoró pangyjej já estão observando danos à vegetação e a contaminação da água em seu território como resultado da presença dos garimpeiros. Além disso, há a instalação de maquinários no local.
A TI Zoró está localizada nos limites do município de Rondolândia (MT). O povo zoró pangyjej sempre teve uma população pequena, que foi estimada pela Funai na década de 1970, quando foram oficialmente contatados pela primeira vez. Naquela época, o número de pessoas ficava entre 800 e 1 mil.
Segundo Alexandre Xiwekalikit, o povo zoró tem feito denúncias sobre a situação, porém até agora não houve nenhuma ação para resolver o problema. Ele destacou que a presença dos garimpeiros traz muitos problemas para o território, como a atração de coisas ruins, como incêndios causados por cigarros jogados por caminhoneiros que transportam madeira.
O líder indígena afirmou que não consegue precisar quantos garimpeiros estão na região e que parte dos zoró pangyjej estão se vendendo e passando para o lado dos madeireiros em troca de dinheiro. Atualmente, a população zoró é de cerca de 700 pessoas que vivem em 32 aldeias, e segundo ele, “sete ou oito parentes” estabeleceram relações com os invasores.
A história dos zoró foi marcada por diversos tipos de invasores e uma preocupação atual das lideranças é como os zoró atraídos pelos invasores voltam à comunidade. Isso geralmente acontece apenas quando o dinheiro que ganham deles acaba.
As lideranças têm tentado encontrar uma solução para capturar a atenção daqueles que se deixaram levar, mas até o momento, nenhum dos órgãos procurados respondeu a respeito do problema enfrentado pela Terra Indígena Zoró.
A Agência Brasil tentou contato com a Funai, o Ibama, o Ministério dos Povos Indígenas e o governo do Mato Grosso, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. A situação na TI Zoró é preocupante e exige uma resposta urgente por parte das autoridades competentes para proteger o território e a comunidade indígena.