O documentário aborda o processo de reocupação de terras pelos povos do Alto Rio Guamá neste ano. A obra conta o processo de negociação para a saída dos ocupantes ilegais, incluindo relatos de indígenas, pequenos agricultores, desmatadores e agentes do Estado, como servidores da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
A Terra Indígena Alto Rio Guamá foi reconhecida pelo Estado brasileiro em 1945 e homologada em 1993. No entanto, cerca de 1.5 mil invasores permaneceram na região até 2023. A desintrusão da TI, que possui 280 mil hectares, atendeu a uma decisão da Justiça Federal após o pedido do Ministério Público Federal no Pará. A permanência de não indígenas na área demarcada representava uma ameaça à integridade dos povos originários e causava danos ao meio ambiente, como a destruição de florestas.
A operação foi coordenada pela Secretaria-Geral da Presidência da República, e a retirada voluntária dos não indígenas foi apoiada com cestas básicas, transporte e cadastramento em programas sociais. A devolução da terra indígena aos povos originários aconteceu em maio.
Durante o lançamento do documentário, Maria Janete Albuquerque de Carvalho, diretora de Proteção Territorial da Funai, destacou a importância da retirada dos não indígenas para garantir a posse plena pelos povos indígenas. Lorena Veras, diretora do documentário, e Maria Fernanda Ramos Coelho, secretária executiva da Secretaria-Geral da Presidência da República, também enfatizaram a importância do processo de retomada da TI.
Eunice Kerexu, secretária nacional de Direitos Territoriais Indígenas do Ministério dos Povos Indígenas, destacou que a ideia é que todos os processos de desintrusão ocorram de forma mais simples e seguindo a lei. Ela enfatizou a importância da posse plena e autonomia dos povos indígenas sobre o território.
Em resumo, o trabalho documental mostrou um processo de retomada da Terra Indígena Alto Rio Guamá pelos povos do Alto Rio Guamá, destacando a importância da preservação do território e da integridade dos povos originários. A participação de diferentes órgãos do governo federal foi fundamental para a negociação e retirada voluntária dos ocupantes ilegais, garantindo a devolução da terra aos povos indígenas.