Os personagens Ramiro e Kelvin vinham sendo acompanhados de perto por jornalistas especializados em televisão e pelo público nas redes sociais. Muitos apontavam que a dinâmica do casal já estava desgastada e que a falta de um beijo entre eles estava prejudicando a evolução da história. Por outro lado, a novela também conta com outro casal LGBT+, formado por Mara e Menah, cuja intérprete, Renata Gaspar, expressou seu lamento nas redes sociais com a notícia de que não haveria um desfecho específico para as personagens.
Recentemente, o Notícias da TV revelou que a cena de amor entre Mara e Menah foi gravada de forma reservada, com apenas a equipe diretamente envolvida tendo acesso aos roteiros. O autor Walcyr Carrasco, por meio da assessoria da TV Globo, afirmou que não houve nenhum pedido da emissora para não desenvolver cenas entre casais homoafetivos e reiterou que possui total liberdade para escrever suas tramas.
Toda essa precaução e discussão em torno das cenas de beijo e representatividade na novela reflete a sensibilidade do tema em uma sociedade que ainda lida com questões de preconceito e conservadorismo. A novela é um produto que depende de audiência e, na maior emissora da América Latina, essas decisões se tornam ainda mais delicadas.
No entanto, a representação de histórias não tradicionais é uma característica marcante das novelas brasileiras, que refletem as peculiaridades da vida no país. A inserção de tramas que fogem do convencional é uma forma de evidenciar que a vida real é repleta de situações não tradicionais, como mostrado em diversas tramas ao longo dos anos.
A provocação se estende ao público dito conservador, que supostamente rejeitaria tramas com temáticas LGBT+. A reflexão é lançada: que tipo de histórias de amor interessaria a esse público? A verdade é que as tramas que muitos clamam por ver na ficção são, na realidade, mais comuns do que se imagina na vida real.
Portanto, o beijo entre os personagens de “Terra e Paixão” não é apenas um marco na representatividade na TV, mas também uma representação das múltiplas narrativas de amor que permeiam a sociedade brasileira. É um reflexo da diversidade que compõe o tecido social do país, oferecendo espaço para todas as vozes e experiências.