Segundo o Instituto Arayara, a exploração de petróleo e gás natural em alguns dos blocos ofertados representam uma ameaça socioambiental. De acordo com a organização não governamental (ONG), alguns desses blocos se sobrepõem a unidades de conservação ou áreas de amortecimento, visando a proteger as mesmas unidades, não apenas na Amazônia, mas em outras regiões, afetando também terras indígenas nas áreas de influência de 15 dos blocos ofertados pela ANP.
A ministra dos Povos Indígenas ressaltou a resistência dos povos indígenas e a necessidade de evitar a exploração dentro dos territórios indígenas. Ela também destacou o fato do leilão ocorrer no último dia da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28), evento em que os participantes aprovaram incluir no documento final menção à importância do mundo alcançar a neutralidade carbônica até 2050, por meio de uma transição da era dos combustíveis fósseis, principais causadores das mudanças climáticas.
Durante a COP28, a maioria dos países concordou que é preciso fazer uma transição energética urgente para evitar chegar ao ponto de não retorno, momento a partir do qual os danos causados ao planeta serão irreversíveis, ameaçando a vida humana e outras espécies. A ministra ressaltou a necessidade de pressionar os governos e a sociedade para sair do modelo energético baseado no uso de combustíveis fósseis e enfatizou que uma transição é realmente necessária.
Dessa forma, a preocupação da ministra dos Povos Indígenas com a exploração de petróleo e gás na Bacia do Amazonas se soma às discussões urgentes sobre mudanças climáticas e a necessidade de uma transição energética global. A luta pela preservação de territórios indígenas e áreas de conservação se intensifica diante dos desafios ambientais enfrentados em escala mundial. A exploração de recursos naturais demanda atenção e cautela, em prol da preservação do meio ambiente e das comunidades afetadas.