Segundo a nota divulgada por José Perdiz de Jesus, o TJ-RJ decidiu retirar Ednaldo Rodrigues do cargo de presidente da CBF, determinando que a instituição terá que realizar nova eleição dentro de 30 dias, com o presidente do STJD ficando responsável pela rotina administrativa da entidade até lá. A decisão para retirar Ednaldo Rodrigues da CBF foi tomada atendendo a um pedido de ex-vices-presidentes da entidade, que perderam seus cargos no âmbito do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) de 2022. Historicamente, a ação civil pública de 2017 movida pelo Ministério Público (MP) contra eleições realizadas irregularmente pela CBF em 2017 foi crucial para a decisão do TJ-RJ.
Na ocasião, o MP sustentou que a CBF fez uma “manobra” para aprovar um novo estatuto em 2017, “sem respeitar a convocação obrigatória dos representantes dos clubes da Série A”, o que estaria em desacordo com a Lei Pelé. O estatuto votado teria “critério diferenciado de valoração de votos, que impede os clubes de constituírem maioria nas eleições”. Baseado no estatuto aprovado em março de 2017, Rogério Caboclo foi eleito presidente da CBF em 2018, em um pleito questionado pelo MP-RJ. Caboclo foi posteriormente suspenso do cargo definitivamente em 2022 devido à acusação de assédio sexual.
A situação delicada da CBF chamou a atenção da Fifa, que estabelece que as associações filiadas devem ser administradas “de forma independente e sem influência indevida de terceiros”, sob pena de sanções, como a exclusão da Copa do Mundo. Com a saída de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF e a gestão provisória de José Perdiz de Jesus, o futebol brasileiro passa por um momento de transição e incertezas, aguardando a realização de uma nova eleição para definir os rumos da entidade.