A ministra fez menção ao discurso do presidente Lula no início da COP, destacando a importância de enfrentar o debate sobre o ritmo lento da descarbonização do planeta e trabalhar por uma economia menos dependente de combustíveis fósseis. Ela enfatizou a necessidade de alinhar os meios de implementação necessários, assegurando uma transição justa.
Marina Silva enfatizou a importância de os países desenvolvidos tomarem a dianteira da transição rumo ao fim dos combustíveis fósseis e de assegurar os meios necessários para que as nações em desenvolvimento possam implementar suas ações de mitigação e adaptação.
A ministra ainda ressaltou um estudo da Oxfam que revela que a parcela 1% mais rica da população mundial emite a mesma quantidade de dióxido de carbono que os 66% da população pobre global. Ela ecoou o presidente Lula ao cobrar que os países ricos cumpram seus compromissos, como a doação de US$ 100 bilhões ao ano para que nações em desenvolvimento preservem suas florestas.
No contexto da COP 28, os países endossaram o compromisso de manter o aumento da temperatura média global em 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. Cada país signatário estabeleceu suas próprias metas de redução de emissão de gases de efeito estufa, chamadas de Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC). A NDC brasileira, atualizada em 2023, estabelece que o Brasil deve reduzir suas próprias emissões em 48% até 2025 e em 53% até 2030, em relação às emissões de 2005.
Além disso, o Brasil reiterou seu compromisso de alcançar emissões líquidas neutras até 2050. A próxima expectativa da COP 29, que será no Azerbaijão, é definir um novo patamar para financiar a ação climática, e na COP 30, que ocorrerá no Brasil, os países deverão apresentar suas novas NDCs.
O Ministério das Relações Exteriores indicou que, apesar dos avanços desde a adoção do Acordo de Paris, ainda há “lacunas significativas” na implementação dos compromissos climáticos, principalmente por parte de países desenvolvidos, em termos de esforços passados de cortes de emissões e de obrigações financeiras junto a países em desenvolvimento.