Proposta de Revisão da Lei de Zoneamento de São Paulo visa incentivar adaptação de prédios à crise do clima.

O cenário de eventos climáticos extremos tem levado autoridades a repensarem a legislação urbana. Em São Paulo, a proposta de revisão da Lei de Zoneamento inclui incentivos para a adaptação de novos prédios à crise do clima. Segundo a Folha, a proposta passará por votação na Câmara Municipal na terça-feira (12).

Dentre as principais regras incluídas no texto, destaca-se a concessão de descontos na outorga onerosa para edifícios que atendam a uma série de quesitos relacionados à sustentabilidade. Estes descontos, que podem chegar a 20%, estão condicionados a medidas como a criação de jardins verticais nas fachadas e sistemas de drenagem natural.

Especialistas entrevistados pela Folha ressaltaram a importância da iniciativa, porém apontaram possíveis excessos nos incentivos. Segundo a engenheira civil e especialista em adaptação climática, Denise Duarte, os descontos concedidos são generosos demais e a dificuldade de fiscalização torna-se um ponto crítico.

Outro ponto levantado é a questão da adaptação dos edifícios comerciais e residenciais à crise do clima. Denise Duarte argumenta que muitos dos quesitos considerados nas certificações de sustentabilidade não são adequados para enfrentar a crise climática, como o menor consumo energético de equipamentos. Ela ressalta a importância de estimular mudanças reais, como o fim dos edifícios comerciais com janelas lacradas e a dependência da refrigeração artificial.

A proposta, apresentada pelo vereador Rodrigo Goulart (PSD), busca incorporar pedidos da sociedade e adaptar as regras de construção aos desafios impostos pela crise do clima. No entanto, a discussão acerca dos incentivos fiscais e das regras de adaptação ainda permanece em aberto.

A revisão da Lei de Zoneamento é parte de um marco regulatório que orienta as regras para novas edificações, contribuindo para o bem-estar dos habitantes da cidade. A coerência com o Plano Diretor é fundamental, visto que ele é responsável pela estratégia de crescimento da cidade. Portanto, é nesse contexto que a cidade decide se irá estimular o mercado a construir mais moradias ou prédios comerciais em determinadas regiões.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo