Negociações finais da COP28 enfrentam impasse sobre redução dos combustíveis fósseis em acordo climático.

A COP28, a conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) para o clima, que estava prevista para encerrar nesta terça-feira (12), está em um impasse. As negociações entre países que dependem das receitas do petróleo e as nações mais vulneráveis ao clima, como as pequenas ilhas, estão impedindo a conclusão do acordo final da cúpula.

As negociações continuam durante a noite e não há previsão para o encerramento da conferência. A presidência da COP28 pretende apresentar um novo rascunho do acordo final da cúpula às 6h do horário local de Dubai (23h no horário de Brasília).

Caso o novo texto seja publicado, os países devem se posicionar em uma nova plenária a partir das 9h30 do horário local. No entanto, as previsões estão sujeitas a adiamentos, e os serviços de apoio à conferência, como alimentação e transporte dos participantes, foram estendidos até sexta-feira (14).

O impasse vem principalmente da retirada da previsão de eliminação gradual dos combustíveis fósseis no último rascunho do principal documento da COP, o que gerou reações furiosas. A proposta de eliminação dos fósseis estava nos rascunhos negociados ao longo da primeira semana da conferência e desapareceu no final de semana.

A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que enviou uma carta aos membros do seu grupo expandido sugerindo que não aceitassem menções à redução dos combustíveis fósseis, foi um dos principais autores da retirada da previsão de eliminação gradual.

As negociações estão em um momento obscuro, e os observadores têm dificuldades em acompanhar e influenciar a agenda. A pressão da opinião pública em todo o mundo em reação à escolha do presidente da petroleira Adnoc para chefiar a conferência deste ano foi um fator importante para colocar o tema na agenda da COP28.

A redução ou eliminação dos combustíveis fósseis é importante pois eles emitem 75% dos gases causadores da crise climática. No entanto, a conferência enfrenta desafios para chegar a um acordo sobre o tema, que é um dos maiores tabus das negociações climáticas desde a criação da Convenção-Quadro de Clima da ONU, em 1992.

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