Especialistas consideram que uma alteração na atual meta de déficit zero pode trazer problemas para a economia brasileira. Ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), em um congresso do partido em Brasília, Hoffmann argumentou que o aumento das despesas é necessário para a economia não desaquecer e que o crescimento econômico deveria ser um “mantra do governo”.
Na visão da presidente do partido, Lula será “engolido” pelo Congresso caso perca popularidade, a exemplo do que ela considera ter acontecido com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Economistas, porém, projetam problemas caso a receita de Gleisi seja seguida.
Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, afirmou que a consequência de mexer na meta de 2024 seria uma turbulência desnecessária com efeitos sobre juros, câmbio e inflação. Ele pontuou que o nível de gastos já subiu de 18% para 19% do PIB neste ano e que o arcabouço fiscal, que definiu a meta de déficit zero, apenas mantém esse patamar de despesas.
Haddad também se manifestou, dizendo que não é verdade que déficit significa crescimento econômico. Ele citou que em governos anteriores de Lula houve superávit primário de 2% e a economia cresceu, em média, 4%. Ex-diretor do Banco Central, o economista Alexandre Schwartsman avalia que a fala de Gleisi é mais um capítulo da disputa entre o PT, que pressiona por mais gastos, e Haddad.
O relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), deputado Danilo Forte (União-CE), atendeu o governo e inseriu no texto na sexta-feira, 8, dispositivo que diminui o contingenciamento máximo de despesas de R$ 52,7 bilhões para R$ 22,3 bilhões. Líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN) também criticou a declaração de Gleisi Hoffmann.
Para o cientista político Luiz Felipe DAvila, a presidente do PT repete o mantra de Dilma de que “gasto é vida”, o que segundo ele quase quebrou o Brasil ao produzir déficit fiscal, alta taxa de desemprego e inflação alta. Ele disse que o PT não esqueceu e não aprendeu nada com os erros.