A consultora médica da Fundação do Câncer, Flávia Miranda, ressaltou que a demora na busca por atendimento médico pode ser causada pela falta de valorização dos sinais de alerta ou constrangimento em buscar ajuda. Outro fator que contribui para a demora no tratamento é a confirmação diagnóstica, que muitas vezes leva mais de 60 dias. Essa demora aumenta a probabilidade de chegar ao tratamento em estágio avançado. Flávia ainda destacou que a maioria dos pacientes diagnosticados com câncer relacionado ao HPV é de pessoas com mais de 50 anos, baixa escolaridade e negras, o que reflete as disparidades no acesso aos serviços de saúde.
O estudo também revelou que os pacientes diagnosticados com câncer de orofaringe, ânus e canal anal, vagina, vulva e pênis costumam iniciar o tratamento em estágios avançados da doença. Nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde estão os maiores índices de câncer em estágio avançado, os tempos de espera para tratamento são maiores do que a média nacional. Além disso, a pesquisa apontou que a vacinação contra o HPV é fundamental na prevenção dos cânceres relacionados ao vírus, mas ainda enfrenta resistências, principalmente devido a falsas informações sobre a vacina.
Diante desse cenário, a Fundação do Câncer destaca a importância de políticas públicas específicas, que garantam o acesso rápido e igualitário aos cuidados de saúde, levando em consideração as disparidades regionais. Além disso, a educação e a informação sobre a vacinação contra o HPV são fundamentais para eliminar as resistências e garantir a prevenção eficaz contra os cânceres relacionados ao vírus. O estudo completo está disponível para consulta no site da Fundação do Câncer.”