Ativistas na COP28, cúpula climática da ONU em Dubai, reclamam de restrições e censura aos protestos em relação ao clima e ao conflito em Gaza.

Recém-chegados no quarto dia da COP28 em Dubai, ativistas presentes na conferência climática global da ONU revelaram na última sexta-feira (8) uma série de restrições que estariam prejudicando os protestos relacionados à crise climática. Um dos principais problemas levantados por Tasneem Essop, chefe da Climate Action Network International, é a censura em relação ao conflito em Gaza. Segundo informações da ativista, o secretariado climático da ONU proibiu a utilização de certas frases de protesto, como “cessar-fogo agora”, em relação à guerra entre Israel e o Hamas.

Essop ainda denunciou que manifestantes foram impedidos de usar lenços, emblemas e cordões que demonstrassem apoio aos palestinos, com as equipes de segurança da ONU confiscando esses itens. De acordo com as palavras de Asad Rehman, diretor-executivo do grupo de justiça social War on Want, outras restrições diárias também estariam prejudicando a comunicação das mensagens por parte dos ativistas, que estavam negociando as regras e enfrentando dificuldades.

A conferência, sendo realizada em um território designado como da ONU, segue regras internacionais. O secretariado climático da ONU afirmou que está comprometido em defender os direitos dos participantes, garantindo que as perspectivas de todos sejam ouvidas e reconhecidas em relação ao desafio climático. No entanto, os ativistas mencionaram que suas mensagens de protesto relacionadas à mudança climática não foram vetadas, apenas restringidas em relação à questão de Gaza.

Apesar dos desafios, os manifestantes informaram que uma marcha climática e um protesto planejados para o sábado dentro da Blue Zone, área onde ocorrem as negociações, prosseguirão conforme o planejado. No entanto, também foi relatado que o espaço para manifestações diárias da sociedade civil nas negociações foi alterado, com horários de protesto na hora do almoço sendo cancelados pela ONU.

Katharina Rall, pesquisadora da Human Rights Watch, alertou que o tempo gasto em negociação de manifestações está prejudicando a defesa de direitos e que os ativistas climáticos ainda precisam lutar por seus direitos. A pesquisadora considera que esse cenário é preocupante para o resultado da conferência e reflete a necessidade dos ativistas em continuarem a lutar por seus direitos. Portanto, a dificuldade e as restrições enfrentadas por ativistas na COP28 em Dubai foram evidenciadas, gerando preocupação em relação ao impacto disso na conferência e na efetividade das ações dos manifestantes.

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