Nesta quinta-feira (7), sociedades científicas compareceram ao evento “Vacina e prevenção do câncer: vários olhares, muitos desafios”, no Rio de Janeiro, para mostrar o trabalho que vem sendo feito em parceria com o Ministério da Saúde no combate aos cânceres sensíveis à vacinação contra o Papiloma Vírus Humano (HPV). O encontro, promovido pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), teve a participação de várias organizações não-governamentais (ONGs).
Entre as propostas apresentadas, Mônica Levi, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), destacou a importância de ampliar a vacinação nas escolas e a capacitação de profissionais que atuam na imunização. Também ressaltou a necessidade de reforçar a divulgação dos benefícios da vacinação, além de oferecer apoio às iniciativas municipais e estaduais. Levi sugeriu a criação de novas formas de sensibilizar as gerações mais jovens para a vacinação, propondo ainda aprofundar a campanha “Quem vacina não vacila” no cotidiano escolar.
Cecília Maria Roteli Martins, presidente da Comissão Nacional Especializada (CNE) de Vacinas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), enfatizou a importância de redefinir a comunicação sobre infecções de transmissão sexual e intensificar a vacinação para pessoas com HIV/Aids. Ela também recomendou a vacinação contra o HPV para mulheres com lesões de alto grau no colo do útero diagnosticadas biologicamente.
A doutora Izabela Costa Santos, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP), abordou as questões relacionadas ao câncer de orofaringe, ressaltando a importância do diagnóstico e tratamento dessa patologia.
Além disso, a vacinação contra o HPV é considerada uma estratégia crucial para prevenir a infecção. O objetivo é alcançar uma cobertura vacinal de 90% entre meninas de até 15 anos. No entanto, os dados do Ministério da Saúde mostram que a cobertura vacinal permanece abaixo do esperado, especialmente entre os meninos.
O Brasil oferece a vacinação contra o HPV pelo Sistema Único de Saúde (SUS), disponível para meninas e meninos entre 9 e 14 anos, com a administração de duas doses. Mulheres e homens de 15 a 45 anos que apresentam condições específicas, como pessoas vivendo com HIV, transplantados, pacientes oncológicos e imunossuprimidos, também podem se vacinar.
Em resumo, a intensificação da vacinação, juntamente com a implementação de estratégias de conscientização e divulgação sobre a importância da imunização, é fundamental para reduzir o impacto dos cânceres sensíveis à vacinação contra o HPV.