Este investimento em estudo para a captura de carbono é parte de um orçamento de R$ 25 bilhões separado pela estatal para investimentos em energias renováveis nos próximos cinco anos. A Petrobras também voltará a investir em fontes de geração solar e eólica, além de biocombustíveis, segmentos que foram abandonados por gestões anteriores.
A tecnologia para capturar carbono se tornou uma corrida recentemente entre empresas em todo o mundo. Diversas técnicas têm sido empregadas, ainda em pequena escala. Na COP28, conferência da ONU sobre mudanças climáticas que acontece em Dubai, o tema é uma das novidades entre as discussões. Há países que desejam que o texto final da cúpula preveja a possibilidade de as metas climáticas serem cumpridas com parte das emissões tendo sido capturadas por essas tecnologias.
A Petrobras vê a captura de carbono não apenas como uma forma de contribuir para a descarbonização de suas próprias operações, mas também como um novo negócio. O projeto-piloto, que foi alvo de um convênio assinado com o governo fluminense, é destinado a capturar o gás carbônico separado do gás natural em Macaé, no litoral norte do Rio. O gás será levado de duto para a estação de Barra do Furado, no município de Quissamã, e, em seguida, injetado e armazenado em um reservatório salino.
A empresa afirma que o conhecimento adquirido nesse piloto será crucial para a implementação futura do hub de captura, utilização e estocagem de carbono definitivo, de grande escala, previsto para o estado do Rio de Janeiro. O projeto do hub prevê a conexão com duas grandes instalações da própria Petrobras na região metropolitana do Rio, a refinaria de Duque de Caxias e o GasLub, antigo Comperj. Dependendo do interesse de novos clientes, pode ser estendido para outras regiões do estado.
Construir os dutos de captação de carbono sobre as faixas de servidão da malha de dutos da Petrobras é uma das estratégias da empresa. Os dutos, chamados carbodutos, podem se estender por várias regiões do estado, dependendo da adesão de novos clientes. Atualmente, a maior parte do gás carbônico produzido nos campos do pré-sal é reinjetada nos poços produtores. A Petrobras está buscando novas maneiras de lidar com esse gás e, ao mesmo tempo, contribuir para a redução das emissões de carbono.