O valor médio do benefício do décimo terceiro salário é de R$ 2.980, um avanço real em relação aos R$ 2.882 pagos em 2022. Após dois anos em que a maioria das pessoas direcionou o benefício para o pagamento de dívidas, em 2023, os gastos no comércio devem liderar a intenção de alocação dos recursos, totalizando R$ 37,35 bilhões. A quitação e o abatimento de dívidas devem consumir 34% dos recursos, seguidos por gastos no setor de serviços e poupança.
A decisão de direcionar o dinheiro para gastos no comércio se justifica pela inflexão na taxa de juros ao consumidor e a diminuição do comprometimento médio da renda familiar. A CNC destaca que o comprometimento da renda média dos brasileiros está reduzindo e deve chegar a 30,1% em dezembro de 2023, o que é um indicativo positivo. Esse comportamento deriva da expansão da renda e do emprego ao longo do ano, bem como do recuo da taxa média de juros nas operações envolvendo pessoas físicas.
O aumento do valor total do décimo terceiro em relação ao ano passado se deve ao aumento do nível de ocupação no mercado de trabalho. Além disso, trabalhadores ativos respondem por 57% dos beneficiários, enquanto aposentados e pensionistas totalizam 38,9 milhões. A chegada do último mês do ano coincide com um avanço médio de 25% nas vendas, sendo seu impacto ainda mais significativo em segmentos como vestuário e calçados, livrarias, papelarias e lojas de utilidades domésticas.
No comércio varejista, os segmentos mais impactados pela injeção da segunda parcela do décimo terceiro salário devem ser os hiper e supermercados, o ramo de combustíveis e lubrificantes, lojas de vestuário e calçados, e produtos de farmácia, perfumaria e cosméticos. Esses setores devem sentir um aumento nas vendas devido ao maior poder de compra dos consumidores.