Fósseis de titanossauro com 80 milhões de anos são encontrados durante obra na BR-050, em Uberaba, a 420 km de BH

Em uma obra às margens da BR-050, realizada em Uberaba, a cerca de 420 km de Belo Horizonte, foram descobertos 22 blocos contendo fósseis de aproximadamente 80 milhões de anos. Os fósseis incluem costelas, vértebras e outros fragmentos ósseos que provavelmente pertencem a um tipo de titanossauro que habitava a região.

Os blocos foram entregues para análise da equipe do Museu dos Dinossauros da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) nesta quinta-feira (7). A descoberta aconteceu há cerca de 20 dias, quando uma equipe de paleontólogos contratados pela concessionária da rodovia realizava o monitoramento de serviços realizados em áreas de potencial fossilífero ao longo dos 436,6 quilômetros da BR-050, entre as cidades de Delta, em Minas Gerais, e Cristalina, Goiás.

Os paleontólogos responsáveis pelo acompanhamento técnico dos serviços afirmaram que foi necessário o uso de equipamentos especiais para a retirada dos fósseis, devido ao tamanho dos blocos, alguns com mais de 200 quilos. Parte dos fósseis teve que ser preparada no próprio local da obra antes de ser encaminhada ao museu para análise.

A equipe aguarda os estudos científicos para identificar com precisão a qual espécie pertencem os fósseis, porém, segundo o paleontólogo Paulo Macedo, tudo indica que se trata de um titanossauro, semelhante ao que foi encontrado há 20 anos na Serra da Galga, em Uberaba.

O achado dos fósseis recém-descobertos ocorreu no mesmo local onde foi encontrado no mês passado um fóssil de 20 centímetros, que está sendo analisado e pode ter pertencido à maior espécie de dinossauro que já viveu no Brasil: o Uberabatitan.

Essa nova descoberta se dá em um momento em que Uberaba aguarda o reconhecimento da Unesco para se tornar o primeiro território geoparque de Minas Gerais. A cidade já se destaca entre outras localidades brasileiras no contexto paleontológico devido a outros achados, como o maior dente de titanossauro do mundo, descoberto há mais de dez anos durante escavações no geossítio Serra da Galga.

A análise e estudo dos fósseis encontrados continuam a atrair a atenção de especialistas, cientistas e até da Unesco, fortalecendo as chances do território de obter a chancela da organização mundial. A decisão final deverá ser anunciada em evento no começo do próximo ano. O reconhecimento como território geoparque é importante para promover a educação, conservação e desenvolvimento sustentável, alavancado pelo turismo.

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