Ao longo da nossa vida, é comum nos depararmos com pessoas que despertam em nós um sentimento avassalador de antipatia. Foi exatamente isso que aconteceu com o autor desse texto em relação a uma mulher que ele chegou a detestar. A descrição é cheia de detalhes que nos fazem entrar na história e sentir a mesma repulsa pela tal “Bifem”.
A mulher em questão, de 37 anos, vivia em um condomínio fechado e namorava um homem que era constantemente ridicularizado. O modo como ela pronunciava as palavras e a associação feita entre suas atitudes e o comportamento de outras pessoas ao seu redor conquistam a atenção do leitor, que não consegue evitar sentir o mesmo desconforto.
O tempo passou e a mulher deixou de ser o centro das atenções do grupo, mas o sentimento de aversão continuou. No entanto, foi apenas depois de muito tempo que o autor conseguiu entender o que de fato sentia por aquela mulher. Em meio a discussões e reflexões, ele e suas amigas perceberam que havia algo maior por trás do ódio que sentiam por ela. A descoberta veio anos mais tarde, quando souberam que a tal “Bifem” era bolsonarista fanática.
Esse dado foi crucial para a compreensão do autor, que consegue finalmente definir o que sentia pela mulher: desprezo, desdém, uma aflição na alma, uma espécie de ojeriza espiritual. Toda a aversão que sentiam era resultado das ideias e atitudes daquela pessoa que tanto repugnavam.
Por fim, apesar de essa epifania não ter mudado muito o sentimento do autor em relação a Bifem, trouxe uma reflexão mais aprofundada sobre as origens daquela inimizade. Isso pode servir como base para entendermos melhor o que nos causa aversão e repulsa em relação a outras pessoas. Afinal, como vimos na história de Bifem, às vezes aquilo que sentimos vai muito além de uma simples antipatia.
