Com 62 votos a favor e apenas um contrário, a privatização foi aprovada, superando os 48 votos necessários. No entanto, a oposição indica que pode questionar judicialmente a realização da votação, devido aos tumultos e uso de gás de pimenta durante a sessão.
Manifestantes contra a privatização tentaram invadir o local da votação, e a PM usou gás de pimenta para contê-los, o que resultou no esvaziamento do plenário e na interrupção do debate por cerca de 40 minutos. A base de Tarcísio acusou a oposição de “orquestrar” a situação para protelar a votação.
A privatização é vista como uma vitória política para Tarcísio de Freitas, que prometeu transformar a Sabesp em uma multinacional de saneamento durante sua campanha eleitoral. A principal justificativa do governo e da base aliada para a privatização é a antecipação da universalização do saneamento, prevista no Marco Legal do Saneamento Básico, de 2033 para 2029.
Com a aprovação da privatização, o Estado de São Paulo pretende reduzir sua participação na companhia, que hoje corresponde a 50,3%, para algo em torno de 15% a 30%. O modelo será o de follow on, oferta de ações subsequentes. A Sabesp é responsável pelo fornecimento de água, coleta e tratamento de esgoto de 375 municípios paulistas, atendendo a uma grande parcela da população do estado.
O projeto de lei aprovado prevê que 30% do valor obtido com a privatização seja destinado ao Fundo de Apoio à Universalização do Saneamento no Estado de São Paulo (Fausp), vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística. No entanto, o governo é criticado pela falta de indicação do tempo que esse fundo deve segurar o aumento na conta de água, gerando questionamentos por parte da oposição.
Apesar da polêmica e dos confrontos que marcaram a votação, a base aliada de Tarcísio conseguiu a aprovação da privatização da Sabesp, representando um avanço significativo nas intenções do governador em transformar a companhia em uma multinacional de saneamento. A oposição, por sua vez, promete lutar judicialmente para impedir que a privatização vá adiante, levantando questões sobre a legalidade do processo de aprovação.