Na época, a mente humana era vista como um conjunto de capacidades separadas, cada uma produzida por um substrato anatômico específico. Surgiram descobertas de que locais exatos no cérebro cuidavam de funções restritas, como linguagem e visão. O próximo passo foi encontrar áreas responsáveis por emoções como raiva, medo e alegria.
Os cientistas Klüver e Bucy, em 1939, observaram a falta que faziam partes eliminadas no cérebro de macacos. Primatas cujos sistemas límbicos – um conjunto de estruturas da base cerebral – haviam sido danificados, mudaram de animais ferozes para dóceis, demonstrando o papel dessas estruturas no controle das emoções.
Técnicas sofisticadas de imagem cerebral em humanos comprovam que as amígdalas atuam para temor, pânico e no condicionamento emocional. No entanto, exemplos de vida real, como o caso de S.M, uma mulher com defeito genético raro que causa a doença de Urbach-Wieth, mostram que nem todos os indivíduos com lesões cerebrais nas amígdalas sofrem das mesmas restrições.
Diferente do que Darwin pensou, não existe uma expressão única exatamente ligada a uma emoção. O cérebro humano possui módulos de especialização, mas vários elementos estruturados em locais diferentes têm função semelhante e promovem o mesmo comportamento.
As diferentes regiões cerebrais, mesmo que especializadas, exercem diversas atribuições. E muitas delas transformam eventos neurais em categorias mentais, como tristeza, raiva e nojo. Isso é crucial para que aprendamos com a experiência e para que possamos inferir o que está prestes a acontecer.
As emoções são obras difusas e instáveis, nenhuma sensação é exatamente a mesma que acabou de acontecer. Elas não são apenas reações ao ambiente, mas uma forma de compreender consequências. O cérebro cria modelos mentais para compreender o momento atual e formar emoções é uma forma cerebral para termos mapas mentais de nossas introspecções e para dar significado à influência que o ambiente exerce sobre nossos corpos.
Dessa forma, as emoções têm um papel fundamental na compreensão das sensações e na adaptação ao ambiente, demonstrando a complexidade e a importância do estudo das bases físicas das emoções. Este é um campo de pesquisa em constante evolução e que contribui para uma compreensão mais refinada do funcionamento do cérebro e da mente humana.