De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, 10,5 milhões de eleitores participaram do referendo. Desses, impressionantes 95,93% votaram a favor de incorporar oficialmente Essequibo ao mapa do país e conceder cidadania e documento de identidade aos mais de 120 mil guianenses que vivem no território. Apenas 4,07% discordaram da proposta.
Essa foi a última das cinco perguntas feitas pelo referendo nacional. O CNE revelou que nenhuma delas teve menos de 95% de aprovação, demonstrando um amplo apoio popular à iniciativa. A primeira pergunta sobre rechaçar, por todos os meios legais, a atual fronteira entre os dois países, teve 97,83% de aprovação. A segunda, sobre reconhecer o Acordo de Genebra de 1966 como único instrumento para resolver a controvérsia, recebeu apoio de 98,11%. Já a terceira, sobre não reconhecer a jurisdição da Corte Internacional de Justiça em Haia para resolver a questão, teve um pouco menos de apoio, com 95,4%.
A quarta pergunta, sobre opor-se, por todos os meios legais, ao uso dos recursos do mar pela Guiana enquanto a questão da fronteira não for definitivamente resolvida, recebeu o “sim” de 95,94%. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, comemorou o resultado, descrevendo a consulta como “uma grande jornada eleitoral histórica de consulta, que coroa uma vitória esplendorosa com cinco respostas contundentes do povo nobre que reafirma que a Guiana Essequiba é da Venezuela. Sim pela paz, sim pelo respeito à soberania, sim ao diálogo, sim à nossa luta histórica e sim à pátria independente”.
Porém, a Guiana considera o referendo “provocativo, ilegal, inválido e sem efeito legal internacional” e afirma que não tem dúvidas sobre a validade do Laudo Arbitral de 1899, o qual estabeleceu a atual fronteira entre os dois países. A situação permanece delicada e sujeita a possíveis implicações políticas e legais no futuro.