Adesão do Brasil à Opep+ provoca críticas de ONGs ambientais e questionamentos sobre compromisso climático na COP-28

O Brasil anuncia sua adesão à OPEP+, grupo que reúne 13 membros da OPEP e mais dez países, e isso causa preocupações e críticas de organizações não governamentais ambientais. Segundo representantes do Greenpeace Brasil, essa iniciativa vai contra o discurso do governo brasileiro de limitar as emissões de combustíveis fósseis.

Leandro Ramos, diretor de programas do Greenpeace Brasil, afirmou que “O Brasil diz uma coisa, mas faz outra na COP-28. É inaceitável que o mesmo país que afirma defender o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5°C anuncie agora sua aliança com o grupo dos maiores produtores de petróleo do mundo.” Do mesmo modo, Peri Dias, representante da 450.org na América Latina, questionou se o Brasil quer ser um líder climático ou um Estado dependente de combustíveis fósseis.

Ambos ressaltam a importância do Brasil ser mais claro em seus compromissos e defesa para eliminar progressivamente os combustíveis fósseis. O país precisa pressionar firmemente pelo completo abandono do petróleo, gás e carvão no texto final da COP-28.

Para representantes das ONGs, a adesão do Brasil à OPEP+ é uma decisão completamente equivocada e perigosa, principalmente em um momento em que o país deveria se preocupar em acelerar a transição energética e criar planos para eliminar progressivamente os combustíveis fósseis.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva explicou que o Brasil vai entrar no grupo, mas não vai “apitar nada” nas decisões do bloco. Ele argumentou que a participação brasileira é importante para convencer países produtores de petróleo a reduzirem a exploração de combustíveis fósseis. No entanto, antes de embarcar para Berlim, na Alemanha, o presidente voltou a falar do assunto, afirmando que o Brasil não será membro efetivo da OPEP, mas que quer influenciar o grupo.

Segundo informações do Ministério de Minas e Energia, a adesão à OPEP+ não vai impor ao Brasil nenhuma cota máxima de produção de petróleo. O país se tornará o vigésimo quarto membro da OPEP+, tornando-se assim o terceiro da região, ao lado do México e Venezuela, que é um dos cinco países fundadores do cartel da OPEP em 1960 e que hoje conta com as maiores reservas de petróleo do mundo.

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