Leandro Ramos, diretor de programas do Greenpeace Brasil, afirmou que “O Brasil diz uma coisa, mas faz outra na COP-28. É inaceitável que o mesmo país que afirma defender o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5°C anuncie agora sua aliança com o grupo dos maiores produtores de petróleo do mundo.” Do mesmo modo, Peri Dias, representante da 450.org na América Latina, questionou se o Brasil quer ser um líder climático ou um Estado dependente de combustíveis fósseis.
Ambos ressaltam a importância do Brasil ser mais claro em seus compromissos e defesa para eliminar progressivamente os combustíveis fósseis. O país precisa pressionar firmemente pelo completo abandono do petróleo, gás e carvão no texto final da COP-28.
Para representantes das ONGs, a adesão do Brasil à OPEP+ é uma decisão completamente equivocada e perigosa, principalmente em um momento em que o país deveria se preocupar em acelerar a transição energética e criar planos para eliminar progressivamente os combustíveis fósseis.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva explicou que o Brasil vai entrar no grupo, mas não vai “apitar nada” nas decisões do bloco. Ele argumentou que a participação brasileira é importante para convencer países produtores de petróleo a reduzirem a exploração de combustíveis fósseis. No entanto, antes de embarcar para Berlim, na Alemanha, o presidente voltou a falar do assunto, afirmando que o Brasil não será membro efetivo da OPEP, mas que quer influenciar o grupo.
Segundo informações do Ministério de Minas e Energia, a adesão à OPEP+ não vai impor ao Brasil nenhuma cota máxima de produção de petróleo. O país se tornará o vigésimo quarto membro da OPEP+, tornando-se assim o terceiro da região, ao lado do México e Venezuela, que é um dos cinco países fundadores do cartel da OPEP em 1960 e que hoje conta com as maiores reservas de petróleo do mundo.