Em contraste, houve redução significativa em estados como Maranhão (-48,8%), Paraná (-40,6%) e Amazonas (-38,8%), além de diminuição na Bahia e no Rio de Janeiro, que lideraram a quantidade de mortes causadas por policiais em 2022.
A obtenção dos dados foi realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, por meio de pedidos de Lei de Acesso à Informação feitos aos estados e ao Distrito Federal. Um indicador importante para avaliar o uso da força policial é a proporção das mortes por intervenção do estado em comparação com crimes violentos intencionais (CVLI).
Essas proporções têm aumentado no primeiro semestre deste ano em quase todos os estados que registraram alta de letalidade policial, com exceção de Amapá e Espírito Santo. Goiás, Amapá e Sergipe lideram em proporção neste ano, com índices considerados muito altos pela diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno.
Análises específicas sobre os contextos locais são necessárias para compreender as variações da letalidade. A especialista sugere que os casos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso podem estar relacionados aos conflitos entre Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital, que disputam rotas de tráfico de drogas.
Os dados também revelam que o uso da força policial está relacionado a questões estruturais e históricas, como no caso de Minas Gerais, onde as mortes representam 4% do total de assassinatos. Bahia e Rio de Janeiro, estados com as polícias líderes em letalidade, registraram queda, mas enfrentam desafios em relação à segurança pública.
A discussão sobre o uso da força policial ganha relevância diante do contexto de aumento da violência em várias regiões do país. A implementação de políticas de segurança pública eficazes é essencial para a redução da letalidade e o enfrentamento dos conflitos.