Embate político sobre desabamento de mina da Braskem em Maceió gera tensão entre governo Lula e grupo político de Arthur Lira

O risco iminente de desabamento de uma das minas da Braskem em Maceió, que poderia abrir uma cratera do tamanho do Maracanã, tem desencadeado um embate político entre o governo Lula e o grupo político do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.

O embate político se intensificou com a necessidade de atendimento aos moradores que precisaram deixar suas casas devido ao risco de desabamento. O grupo de Lira, incluindo o prefeito João Henrique Caldas, pressiona o governo federal para incluir medidas de atendimento à população atingida, enquanto o governo Lula defende que as questões relativas às indenizações e auxílio para moradia dizem respeito exclusivamente à empresa e ao município.

Além disso, a disputa evidencia uma rivalidade entre o grupo de Lira e o grupo do senador Renan Calheiros, pai do senador e atual ministro dos Transportes, Renan Filho. Renan Calheiros vem exercendo pressão para a divulgação do acordo fechado entre Braskem e município, bem como para a instalação de uma CPI para investigar a questão.

Enquanto o embate político traz à tona disputas locais, a situação em Maceió é grave. Cinco bairros inteiros precisaram ser evacuados, com quase 60 mil pessoas deixando suas casas e um hospital precisando ser esvaziado. A prefeitura decretou situação de emergência.

Nesse cenário crítico, Lira e aliados pressionam por ações federais para enfrentar o problema, em especial na área de moradia. O presidente da Câmara cobrou o governo federal e solicitou a viabilização de recursos e edição de uma medida provisória para garantir o atendimento das famílias afetadas.

Enquanto isso, o governo Lula resistiu à proposta de uma medida provisória para liberar recursos, alegando que as responsabilidades e ônus do problema recaem sobre a empresa e o município. No entanto, aliados do presidente Lula indicaram que o governo estaria disposto a atender a demanda por moradias, aumentando a pressão sobre o governo federal.

Em meio a essa crise, o governador do estado, aliado dos Calheiros, afirmou que irá se reunir com o presidente Lula para tratar do assunto, enquanto o presidente da Câmara aguarda atendimento imediato por parte do governo federal.

Diante desse impasse, a população de Maceió aguarda ansiosa por ações concretas que possam minimizar os impactos da tragédia iminente. Enquanto isso, a pressão política e a disputa de responsabilidades continuam a nortear as discussões em torno do problema.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo