O anúncio do programa ocorreu durante a COP28, a conferência da ONU sobre mudanças climáticas, em Dubai. Segundo o governo estadual, a meta é garantir a rastreabilidade de todo o rebanho do estado até o final de 2026, conforme estabelecido em decreto publicado na última segunda-feira.
De acordo com dados do governo, o Pará detém o segundo maior rebanho de gado do Brasil, ficando atrás apenas do Mato Grosso. A criação de gado no Brasil é responsável por aproximadamente 24% do desmatamento tropical anual global e cerca de 10% do total de emissões de gases de efeito estufa, segundo a The Nature Conservancy, entidade que integra o grupo de trabalho responsável pela criação do programa.
A entidade também cita que o programa oferecerá incentivos para que os pecuaristas participem do sistema de rastreabilidade, visando garantir o cumprimento da nova lei. A Nature Conservancy destacou a importância do programa no Pará, afirmando que a iniciativa traz uma nova abordagem para garantir reduções contínuas no desmatamento e nas emissões de gases de efeito estufa associadas à pecuária.
O programa integra um esforço liderado pelo governador do Pará, Helder Barbalho, para reforçar as credenciais ambientais do estado antes de Belém sediar a COP30, em 2025. Segundo Jack Hurd, diretor executivo da Tropical Forest Alliance, a ausência de rastreabilidade total no Pará prejudicou a capacidade do estado de atrair investimentos legítimos para o setor.
Portanto, o Programa de Integridade Pecuária do Pará, anunciado durante a COP28, é considerado uma medida fundamental para lidar com o grande fator de desmatamento e emissões no Brasil. A iniciativa visa não apenas combater o desmatamento, mas também fortalecer a região como um polo atrativo para investimentos sustentáveis. Com medidas como essa, o Pará se mostra com comprometimento na busca por soluções que visam a preservação da Amazônia e a redução do impacto da pecuária no meio ambiente.