Na última sexta-feira, 1, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou que o Índice de Confiança Empresarial (ICE) teve uma queda de 1,1 ponto em novembro em comparação a outubro, marcando a terceira queda consecutiva e atingindo 91,8 pontos. De acordo com a FGV, em médias móveis trimestrais, o índice recuou 1,0 ponto no mês passado.
Segundo Aloisio Campelo Júnior, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), a confiança empresarial seguiu um padrão semelhante aos dois meses anteriores. Ele observou que houve uma melhora ligeira nas avaliações sobre a situação presente, mas que houve um declínio mais acentuado nas expectativas para os meses seguintes. Campelo Júnior destacou que essa combinação de resultados indica que os setores cíclicos da economia estão apresentando um ritmo morno de atividade no quarto trimestre e estão preocupados com as perspectivas para o início de 2024.
O ICE reúne os dados das sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção e leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados. A FGV ressalta que o objetivo é que o ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.
A queda do índice em novembro foi resultado exclusivamente da piora das expectativas. Enquanto o Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) teve um aumento de 0,7 ponto no mesmo período, chegando a 95,5 pontos, o Índice de Expectativas (IE-E) recuou 1,4 ponto, acumulando uma perda de 7,0 pontos desde agosto.
Na disseminação do ICE, a confiança dos serviços caiu 0,9 ponto, a do comércio diminuiu 2,7 pontos e a construção encolheu 0,1 ponto, enquanto a indústria teve um aumento de 1,9 ponto. Em novembro, a confiança avançou em 47% dos 49 segmentos integrantes do ICE, conforme a coleta de informações de 3.835 empresas dos quatro setores entre os dias 1º e 27 de novembro.
O ICE apresenta-se como um indicador importante para compreender o panorama econômico do país, e a sequência de quedas nos últimos meses sugere um cenário de cautela por parte dos empresários. A análise minuciosa desse índice e a compreensão de suas variações podem fornecer insights valiosos sobre os desafios e oportunidades que estão por vir na economia nacional.