TCU revisa decisão e livra nora de Lula de processo por ser funcionária fantasma do Conselho Nacional do Sesi

Após decisão polêmica, Tribunal de Contas da União absolve nora de Lula de acusação de funcionária fantasma

O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) causou surpresa ao voltar atrás de sua própria decisão e absolver Marlene Araújo Lula da Silva, nora do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de uma condenação por supostamente ser funcionária fantasma do Conselho Nacional do Sesi.

Em 2018, Marlene e o então presidente do Sesi, Jair Meneguelli, foram condenados a pagar uma multa total de R$ 213 mil e ficar impedidos de assumir cargos públicos por três anos, com base em um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU). Na época, ela não conseguiu comprovar suas atividades no Sesi, o que levou o TCU a considerá-la uma funcionária fantasma, recebendo salários sem trabalhar. A decisão foi aprovada por unanimidade.

No entanto, na última quarta-feira (29), o plenário do TCU analisou um recurso de revisão contra esse acórdão e absolveu Marlene da acusação. A punição a Meneguelli e outros funcionários foi mantida, mas para a nora de Lula houve uma mudança de entendimento.

O ministro e ex-senador Vital do Rêgo, relator do recurso, justificou que um funcionário público não tem a obrigação de possuir comprovantes dos dias que trabalhou, e ressaltou que, desde que foi nomeada assessora da Presidência do Sesi em 2007, Marlene era dispensada de bater ponto e atuava no papel de relações institucionais. Segundo ele, essas atividades não deixam vestígios físicos e produtos que possam ser guardados.

Essa decisão do TCU gerou controvérsia e críticas por parte de especialistas em direito administrativo, que argumentaram que a mudança de entendimento do tribunal pode sinalizar um enfraquecimento do combate à corrupção e à malversação de recursos públicos.

A defesa de Marlene comemorou a decisão e afirmou que sempre acreditou na inocência da cliente, destacando que a revisão do acórdão do TCU reconhece que ela sempre exerceu suas funções de forma ética e diligente.

A decisão do TCU em relação a Marlene Araújo Lula da Silva certamente continuará gerando repercussão e debates acalorados entre especialistas e a opinião pública. O caso lança luz sobre as nuances do direito administrativo e a responsabilidade dos órgãos de controle na fiscalização dos recursos públicos. Ainda resta aguardar novos desdobramentos e possíveis impactos dessa revisão na imagem do tribunal e na sua atuação no combate à corrupção.

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