O embaixador Maurício Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores (MRE), afirmou que o acordo está bem avançado, com progresso significativo em relação às diferenças que existiam no início das negociações. No entanto, ainda são necessárias algumas negociações para finalizar o acordo até a cúpula. A pressa se deve à posse do presidente eleito da Argentina, Javier Milei, que assume o cargo no próximo dia 10 de dezembro. Milei é crítico do Mercosul, o que tem levantado preocupações sobre eventuais dificuldades nas negociações em andamento com o bloco europeu.
O secretário do Itamaraty destacou que as reuniões com os europeus têm sido semanais e, em algumas semanas, diárias, na tentativa de finalizar o acordo. Ele também ressaltou que as diferenças a serem resolvidas são conciliáveis, e que o acordo é complexo por envolver 27 países da União Europeia e quatro do Mercosul.
Uma das questões que avançou na negociação foi a das compras governamentais, que foi uma exigência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O acordo, da forma como estava sendo proposto, abriria espaço para empresas europeias concorrerem em licitações para compras do governo brasileiro, o que foi contestado pelo governo, argumentando que prejudicaria as empresas nacionais.
O embaixador Lyrio comentou que, em relação a este tema, foi possível fazer avanços significativos em termos de entendimento e compromisso entre as partes, tanto com Singapura quanto com a União Europeia.
Apesar de as negociações estarem avançando, o secretário do Itamaraty não revelou quais são os pontos pendentes de negociação, a fim de preservar o sigilo das negociações e o interesse dos demais membros do bloco. Ele destacou que o objetivo é alcançar um acordo benéfico para todas as partes envolvidas.