Ministro do Trabalho critica desonerações e defende aumento da demanda por produção para geração de empregos

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, fez duras críticas às desonerações para setores específicos, afirmando que elas não são capazes de gerar empregos para o país. Em uma coletiva de imprensa realizada ontem, Marinho frisou que o que realmente gera vagas de emprego é o bom funcionamento sistêmico da economia, motivado pelo aumento da demanda por produção.

Durante o evento, o ministro foi questionado sobre os reflexos do veto presidencial ao projeto de lei que prorrogaria benefícios a 17 setores considerados intensivos em mão de obra, e aproveitou a oportunidade para expressar seu desacordo em relação às desonerações. Ele classificou a prática como um “contrassenso”, especialmente em um momento em que o Congresso Nacional está trabalhando em uma reforma tributária.

Marinho destacou a importância de se buscar soluções que beneficiem o conjunto da economia dentro da reforma tributária, em vez de concentrar-se em setores específicos. Ele argumentou que salários menores e incentivos fiscais não são os responsáveis pela geração de empregos, mas sim a demanda crescente por produção.

O ministro fez questão de ressaltar que empresas não tomam decisões de contratação ou demissão com base em incentivos isolados, como por exemplo, incentivos à contratação de jovens. De acordo com ele, tais medidas podem levar as empresas a substituírem mão de obra existente em vez de gerar novos empregos.

Marinho também comparou a discussão atual com o que ocorreu durante a reforma trabalhista implementada durante o governo Temer, quando, segundo ele, houve um “desmonte na legislação trabalhista” com a promessa de geração em massa de empregos, mas o resultado foi a precarização do trabalho.

Em suas declarações, o ministro enfatizou a importância de uma abordagem mais abrangente, visando ao crescimento saudável, contínuo e perene da economia, afirmando que soluções passageiras não são capazes de resolver os problemas estruturais do país.

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