Ministra do Meio Ambiente nega tratativa sobre venda da Braskem em reuniões prévias à COP28 com Emirados Árabes Unidos

A polêmica envolvendo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e representantes do governo dos Emirados Árabes Unidos em relação à venda da empresa petroquímica brasileira Braskem tem chamado a atenção da mídia. Segundo documentos vazados, os representantes dos Emirados Árabes tinham a intenção de abordar o tema com o Brasil em reuniões relacionadas à COP28, a conferência do clima da ONU.

A ministra Marina Silva afirmou que, em hipótese nenhuma, tratou sobre a venda da Braskem com representantes dos Emirados Árabes Unidos e questionou o motivo de ser abordada sobre esse assunto. Ela ressaltou que não tem controle sobre os assuntos que as pessoas dizem que vão tratar com ela e que, se porventura tivesse sido abordada, teria sido com a pessoa errada, pois não teria nada a ver com a Braskem.

A polêmica ganhou destaque após uma reportagem da BBC mostrar o planejamento dos Emirados Árabes Unidos para fechar acordos com 15 nações, incluindo o Brasil, durante encontros prévios ligados à cúpula climática. De acordo com os documentos obtidos pela BBC, o país-sede da COP28 teria a intenção de solicitar a Marina Silva uma ajuda visando “garantir o alinhamento e o endosso” em relação a uma oferta da empresa petrolífera estatal dos Emirados para a compra de parte da Braskem.

A oferta da Adnoc, empresa petrolífera estatal dos Emirados, para adquirir uma participação importante na Braskem também gerou controvérsias. A oferta de US$ 2,1 bilhões para a compra de parte da Braskem levantou questionamentos sobre possíveis influências estrangeiras na empresa brasileira.

Os documentos vazados foram obtidos por jornalistas independentes da organização sem fins lucrativos Center for Climate Reporting, que trabalham em conjunto com a BBC, e foram preparados pela equipe dos Emirados Árabes para a cúpula climática. Segundo a reportagem, esses documentos serviriam como planejamento para reuniões com pelo menos 27 governos estrangeiros marcadas para ocorrer antes da COP28.

A controvérsia em torno da tentativa de abordagem sobre a venda da Braskem durante as reuniões prévias à COP28 levanta questionamentos sobre a influência estrangeira em assuntos internos do Brasil, bem como a postura do governo brasileiro diante dessas abordagens. A ministra Marina Silva nega ter tratado sobre o assunto e reforça que não seria a pessoa certa para tratar desse tema.

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