Completamente paralisadas, as linhas 15-Prata do metrô e 10-Turquesa do trem, e parcialmente funcionando, as demais linhas do metrô. Já no trem, a operação normal acontece nas linhas 12-Safira e 13-Jade, enquanto as linhas 7-Rubi e 11-Coral têm um funcionamento parcial. As linhas de transporte metropolitano concedidas à iniciativa privada, 4 e 5 do metrô e 8 e 9 de trens metropolitanos, operam normalmente.
O trânsito na capital ficou acima da média, chegando a 521 quilômetros de filas, de acordo com o monitoramento da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). A zona leste foi a mais afetada, apresentando 170 quilômetros de engarrafamento.
Os relatos dos moradores da região deixam claro o impacto da greve em suas rotinas. Muitos foram obrigados a buscar alternativas para chegar aos seus destinos, como a recepcionista Vanessa Dias, que teve que utilizar um carro por aplicativo para completar seu trajeto. A encarregada operacional Adriana Galvão também enfrentou dificuldades em seu deslocamento diário, precisando recorrer a ônibus, caronas e outros meios de transporte.
Durante este dia de mobilização, aconteceram propostas e negociações entre sindicatos e a Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos. As catracas livres foram uma alternativa proposta pelos sindicatos para manter a operação das linhas, mas o governo alegou que traria “alto risco de tumultos e acidentes graves nas estações”. Camila Lisboa, presidenta do sindicato dos metroviários, defendeu a legitimidade da greve e ressaltou que ela não foi considerada ilegal pela Justiça.
A greve afetou milhões de passageiros, levando o governo estadual a alegar perdas de mais de R$ 60 milhões ao comércio. Uma liminar concedida pelo desembargador Marcelo Freire Gonçalves determinou que os trabalhadores da Companhia do Metrô e da CPTM mantivessem percentuais mínimos de efetivos em atividade, sob pena de multas diárias significativas.
Essa paralisação é fruto da oposição do sindicato dos servidores estaduais às propostas de privatização do governo, que envolvem empresas e órgãos públicos. Além disso, há preocupações em relação a mudanças na Constituição paulista que poderiam impactar negativamente o investimento na educação.
Essa não é a primeira greve de servidores estaduais contra as privatizações, e com o impacto expressivo que está causando na região metropolitana de São Paulo, pode ser apenas o começo de uma série de mobilizações contrárias a esses planos do governo.