Pais acusam escola particular de omissão e negligência em episódios de racismo contra aluno de sete anos.

Família denuncia caso de racismo em escola de Osasco

Um caso de suposto racismo em uma escola particular de Osasco, na região metropolitana de São Paulo, tem gerado polêmica nas redes sociais e está sendo investigado pela polícia. Os pais de um aluno de sete anos acusam a Fundação Instituto Tecnológico de Osasco (Fito) de omissão e negligência em episódios nos quais o filho teria sido vítima de racismo.

De acordo com a família, os problemas começaram no início do ano letivo, quando a criança ingressou na escola. Eles afirmam que o filho vinha sendo isolado pelos colegas e que a professora alegava que ele tinha problemas psicológicos e de aprendizado.

A mãe do garoto relatou que o menino não tinha companhia para brincar ou fazer trabalhos e que os alunos brancos não eram “legais” com ele. Ela classificou o caso como racismo estrutural. A escola, por sua vez, emitiu uma nota em que diz repudiar qualquer conduta discriminatória e afirma estar apurando o caso.

Após as alegações da professora, que chegou a sugerir que a criança tinha TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade), os pais contrataram uma psicóloga para avaliar o comportamento do filho. Segundo eles, a profissional afirmou que o menino não possui nenhum problema e que era excluído na escola.

A mãe decidiu denunciar o caso nas redes sociais e retirar o filho da escola. Além disso, a família levou o caso à polícia, que registrou uma denúncia no Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância). O caso está sendo investigado sob sigilo.

A Secretaria de Educação de Osasco informou que a direção do colégio afastou a professora e a coordenadora denunciadas até a realização de uma sindicância interna. Vídeos gravados nas salas de aula e áreas de convivência estão sendo analisados.

Ainda segundo a mãe, o filho relatou que, quando a professora perguntava quem queria fazer trabalhos com ele, ninguém se candidatava. Ela também afirmou que o garoto fazia as atividades sozinho e que, quando realizava tarefas com outros colegas, eles não o deixavam falar.

A direção da escola publicou um depoimento afirmando estar consternada com o ocorrido e repudiou veementemente qualquer ato de racismo ou conduta discriminatória. Os pais foram chamados para uma reunião e a direção pretende acolhê-los e disponibilizar psicólogos. A escola afirmou que não compactua com comportamentos de exclusão e atua pela integração de seus estudantes, professores e funcionários.

A família afirmou que o caso não é um incidente isolado e que no ano anterior, uma sobrinha da mãe foi vítima de atos discriminatórios na mesma escola. Diante do ocorrido, a mãe está em busca de outra escola que promova uma educação antirracista e planeja mudar toda a logística de casa para garantir a segurança de seus filhos.

O objetivo ao expor o caso, segundo a mãe, é evitar que situações como essa se repitam, e ela destaca a importância de dar letramento racial às crianças. O colégio, por sua vez, segue investigando o caso em busca de esclarecimento dos fatos.

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