A intenção do governo é utilizar as igrejas evangélicas como uma porta de encaminhamento de pessoas em situação de fome, pobreza e desemprego para programas sociais, como o Bolsa Família, benefícios previdenciários e Minha Casa, Minha Vida. Os atendidos precisarão fazer parte do Cadastro Único (CadÚnico), banco de dados do governo federal para identificar famílias de baixa renda que precisam de assistência social e inclusão em programas de redistribuição de renda.
O ministro Wellington Dias destacou a importância das igrejas evangélicas no auxílio às populações mais necessitadas. Ele ressaltou que as igrejas têm uma presença significativa onde se encontram parcelas das pessoas mais vulneráveis, como desempregados, famílias em situação de fome, idosos abandonados, entre outros.
O acordo firmado prevê que as igrejas capacitem alguns integrantes para que eles sirvam de orientadores para as pessoas com dificuldades socioeconômicas, direcionando-as para os programas sociais do governo. Além disso, as igrejas poderão fazer parte do Programa Nacional de Cozinhas Solidárias, adquirindo alimentos subsidiados e fornecendo refeições populares, como forma de auxiliar na segurança alimentar do país.
Outro ponto importante do acordo é a oferta de cursos de qualificação profissional por parte das igrejas, visando atender a áreas que necessitam de mão de obra, como o setor de tecnologia da informação. O governo também busca facilitar o acesso de pequenos empreendedores a empréstimos bancários, por meio da criação de um fundo garantidor de crédito, em articulação com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Apesar do acordo ter sido assinado com representações evangélicas, o diretor da Rede Socioassistencial Privada do Sistema Único de Assistência Social (Suas), Edgilson Tavares de Araujo, garante que não haverá discriminação de quem procura os programas governamentais, independente de credo.
O ministério não informou o valor exato que será repassado às entidades que trabalham como social, mas assegurou que o controle do uso dos recursos será realizado por meio dos órgãos de controle, visando a transparência e eficiência na utilização dos recursos.
O acordo representa uma forte parceria entre o governo federal e as igrejas evangélicas, visando atender as populações mais vulneráveis e possibilitar o acesso a programas sociais e assistenciais.