Entre janeiro e outubro de 2023, o estado registrou 2.994 mortes violentas, um aumento de 5,4% em relação ao mesmo período de 2022. Em outubro, as mortes violentas caíram em relação ao ano anterior, mas o Grande Recife continua enfrentando altos índices de criminalidade desde julho, com 137 assassinatos em outubro de 2023. Um dos casos de maior repercussão no mês de outubro foi o latrocínio de um juiz a apenas 300 metros de sua residência, em Candeias, Jaboatão dos Guararapes.
Além disso, os tiroteios têm assustado a população da Região Metropolitana do Recife. Entre os dias 17 e 20 de outubro, houve quatro trocas de tiros que resultaram em nove mortes. Em um desses episódios, ocorrido em pleno dia, três homens morreram em uma suposta troca de tiros com policiais na comunidade Salinas, em Porto de Galinhas.
Os recentes acontecimentos criminosos em Porto de Galinhas, incluindo a morte de um turista e uma troca de tiros em pleno balneário, têm exposto a disputa entre facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas na região. A morte da menina Heloysa Gabrielle, em março de 2022, e a perseguição policial que resultou em protestos e impactos no turismo também evidenciam a gravidade da situação na área.
Além disso, as ações policiais têm sido motivo de preocupação, com 95 mortes em confrontos de janeiro a outubro de 2023, representando um aumento de 20% em relação ao mesmo período do ano anterior. A atuação policial também gerou controvérsias, com a prisão de agentes após a morte de civis.
Diante desse cenário, o Governo de Pernambuco anunciou o lançamento do novo plano estadual de segurança pública, chamado de “Juntos Pela Segurança”, em substituição ao “Pacto Pela Vida”. O plano promete investimentos de mais de R$ 1 bilhão na tentativa de reverter a escalada da criminalidade no estado.
A gestão municipal de Ipojuca, onde está localizado Porto de Galinhas, afirmou que os impactos da criminalidade no turismo são “praticamente nulos” e classificou os episódios como “fatos isolados”. A expectativa é receber mais de 300 mil turistas nos meses de dezembro e janeiro.
Diante desse panorama, especialistas apontam a necessidade de políticas de segurança pública com continuidade e medidas de prevenção à desigualdade, além de investimentos na reforma do sistema prisional do estado. A situação requer atenção e ações efetivas das autoridades para garantir a segurança e proteção da população pernambucana.