William Willett (1856-1915) pode não ser um nome tão conhecido quanto outros grandes inventores da história, mas sua contribuição para a rotina diária de milhões de pessoas ao redor do mundo é inegável. Nascido em uma família de classe média no subúrbio de Chislehurst, no sudeste de Londres, Willett teve a ideia de adiantar os relógios antes do início do verão em 1905, enquanto andava a cavalo em uma manhã de verão.
Foi essa simples observação que o levou a criar o conceito do horário de verão, algo que revolucionou os hábitos de milhões de pessoas ao redor do mundo. A ideia de adiantar os relógios para fazer melhor uso da luz do sol não foi algo inédito, muitas civilizações antigas praticavam essa técnica de acordo com as estações. No entanto, foi Willett quem transformou essa ideia em uma causa.
Em 1907, ele publicou um panfleto intitulado “Desperdício da Luz do Dia”, onde propunha adiantar os relógios quatro vezes em abril, em 20 minutos a cada vez, e retornando ao horário normal em setembro. Willett defendia que essa medida não apenas aumentaria as oportunidades de lazer, mas também reduziria os gastos com iluminação. Apesar de enfrentar resistência por parte de alguns políticos, como o então primeiro-ministro Herbert Asquith, Willett continuou a defender ardentemente o horário de verão até sua morte.
Foi apenas após a Primeira Guerra Mundial que a proposta de Willett finalmente foi aceita, devido à escassez de carvão que o Reino Unido estava enfrentando. A medida foi adotada rapidamente por vários países europeus e também pelos Estados Unidos. Desde então, o horário de verão tem sido uma prática comum em muitas partes do mundo, inclusive no Brasil, onde foi adotado pela primeira vez em 1931.
No entanto, o debate sobre os prós e contras do horário de verão ainda persiste. Enquanto muitos defendem que a medida reduz o uso de energia e traz benefícios para o comércio, esportes e turismo, outros apontam que ela prejudica a agricultura e causa transtornos como a interrupção dos ritmos circadianos do corpo.
Apesar das controvérsias, não há dúvidas de que William Willett deixou um legado duradouro que mudou profundamente a forma como as pessoas vivem e trabalham durante os meses de verão. Mesmo após sua morte, seu impacto pode ser sentido em todo o mundo, tornando-o merecedor de reconhecimento e gratidão.