As cicatrizes emocionais e psicológicas deixadas pela tragédia afetaram seu desenvolvimento e o cuidado que lhe foi oferecido, ou a falta dele, em uma fase crucial para o desenvolvimento das crianças. Isto é, a primeira infância, que vai dos zero aos seis anos. Especialistas alertam que o trauma vivido em uma tragédia climática tem efeitos devastadores na vida e nas relações sociais da criança, afetando tanto a sua fisiologia quanto o seu aspecto psicológico e emocional.
O número crescente de crianças vítimas de desastres climáticos e os diversos efeitos em cada uma delas vão agravar ainda mais as desigualdades sociais do país nos próximos anos. Segundo o Unicef, esta crise climática é uma crise do direito das crianças e adolescentes, que tem afetado milhões de meninos e meninas, principalmente os mais pobres.
A história de Wilson é apenas um exemplo da negligência e ausência de suporte do poder público em cuidar e apoiar as crianças vítimas de tragédias climáticas. Apesar disso, há uma ausência de programas de apoio e incentivo para proporcionar um ambiente seguro e acolhedor para essas crianças vulneráveis. Enquanto isso, Wilson continua dormindo no quarto do irmão, onde está sempre em alerta durante as chuvas, e suas dificuldades na escola mostram o quanto ele ainda enfrenta as consequências do desastre.
A realidade de Wilson não é única, e muitas outras crianças como ele lutam contra os efeitos de desastres climáticos. A falta de apoio psicológico e a ausência de programas de ajuda financeira mostram que ainda há um longo caminho para proporcionar um futuro seguro e saudável para essas crianças tão vulneráveis. Enquanto isso, as autoridades ainda têm muito a fazer para garantir que essas crianças recebam o cuidado e a proteção que lhes são garantidos por direito.