Crianças órfãs por deslizamento em Petrópolis sofrem com falhas de atendimento 3 meses após tragédia; especialistas alertam.

Há mais de dois anos, a cidade de Petrópolis no Rio de Janeiro foi palco de uma tragédia que devastou a vida de muitas famílias. Wilson Andrade, um menino de apenas sete anos na época dos eventos, viu seu mundo literalmente desabar em questão de segundos. O deslizamento que atingiu a casa em que morava tirou dele praticamente toda sua família. Na época, ele, sua avó, sua madrasta e o irmão enfrentaram as consequências do desastre. Mesmo dois anos após esse acontecimento, a vida de Wilson não voltou a ser a mesma. Agora com oito anos, ele não recebeu nenhum apoio do poder público para minimizar suas perdas.

As cicatrizes emocionais e psicológicas deixadas pela tragédia afetaram seu desenvolvimento e o cuidado que lhe foi oferecido, ou a falta dele, em uma fase crucial para o desenvolvimento das crianças. Isto é, a primeira infância, que vai dos zero aos seis anos. Especialistas alertam que o trauma vivido em uma tragédia climática tem efeitos devastadores na vida e nas relações sociais da criança, afetando tanto a sua fisiologia quanto o seu aspecto psicológico e emocional.

O número crescente de crianças vítimas de desastres climáticos e os diversos efeitos em cada uma delas vão agravar ainda mais as desigualdades sociais do país nos próximos anos. Segundo o Unicef, esta crise climática é uma crise do direito das crianças e adolescentes, que tem afetado milhões de meninos e meninas, principalmente os mais pobres.

A história de Wilson é apenas um exemplo da negligência e ausência de suporte do poder público em cuidar e apoiar as crianças vítimas de tragédias climáticas. Apesar disso, há uma ausência de programas de apoio e incentivo para proporcionar um ambiente seguro e acolhedor para essas crianças vulneráveis. Enquanto isso, Wilson continua dormindo no quarto do irmão, onde está sempre em alerta durante as chuvas, e suas dificuldades na escola mostram o quanto ele ainda enfrenta as consequências do desastre.

A realidade de Wilson não é única, e muitas outras crianças como ele lutam contra os efeitos de desastres climáticos. A falta de apoio psicológico e a ausência de programas de ajuda financeira mostram que ainda há um longo caminho para proporcionar um futuro seguro e saudável para essas crianças tão vulneráveis. Enquanto isso, as autoridades ainda têm muito a fazer para garantir que essas crianças recebam o cuidado e a proteção que lhes são garantidos por direito.

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