Os anos de 2019 e 2022 foram apontados como os períodos de menores investimentos nas universidades federais durante o governo do presidente Jair Bolsonaro. A redução nos orçamentos totais das universidades federais levou a perdas de R$ 8,7 bilhões ao longo do mandato, o que representa 14% a menos em comparação com o início do governo.
A reitora da Unifesp Soraya Smaili, que também atua como coordenadora do Sou Ciência, expressou sua preocupação com a situação, enfatizando que a queda nos investimentos nos últimos anos prejudicou não apenas a área de pesquisa das instituições, mas também a sociedade como um todo. Ela destacou a paralisação de centenas de obras e problemas graves de infraestrutura nas universidades federais, afetando o ensino, pesquisa e extensão.
O painel também ressaltou os anos de 2013 a 2014 como os de maiores investimentos nas universidades públicas federais, com valores superiores a R$ 1 bilhão. Além disso, o levantamento destacou os períodos de criação de novas universidades federais, com cinco instituições criadas no segundo mandato do governo Fernando Henrique Cardoso, oito no primeiro mandato de Lula, seis no segundo mandato de Lula, quatro no primeiro mandato de Dilma Rousseff e cinco durante o governo de Michel Temer. No entanto, apenas uma universidade foi criada durante o governo Bolsonaro, em 2019.
O painel foi lançado nesta terça-feira (21) e está disponível para acesso no site da Unifesp. A preocupação em relação aos investimentos nas universidades federais e seus reflexos na pesquisa, ensino e extensão foi destacada pelo levantamento, direcionando a atenção para a importância do financiamento da ciência e tecnologia para o desenvolvimento do país. A continuidade da atenção a esse tema e a busca por soluções para a melhora dos investimentos nas universidades federais se apresentam como desafios importantes para o cenário educacional e científico do Brasil.