As detenções dos nove policiais ocorreram logo após a ação policial, que foi registrada por câmeras de segurança. As imagens mostram o momento em que os policiais entram em uma residência e posteriormente saem do local com um corpo em um lençol, que foi colocado na viatura da polícia. Os dois homens, de 28 e 31 anos, foram levados para uma Unidade de Pronto Atendimento, mas não resistiram aos ferimentos.
Segundo a Polícia Civil de Pernambuco, a ocorrência foi registrada como tráfico de entorpecentes, tentativa de homicídio e homicídio decorrente de intervenção policial. A corporação informou que as vítimas estariam armadas e envolvidas com entorpecentes no momento da abordagem policial, resultando em um confronto armado.
A Polícia Militar afirmou que foram apreendidos 527 gramas de maconha, 150 pedras de crack, dois revólveres calibre .38 e 12 munições com os homens que morreram. Após serem detidos, os policiais envolvidos na ação foram ouvidos pela Diretoria de Polícia Judiciária Militar, que irá definir se houve quebra dos protocolos policiais.
A ação policial gerou revolta na comunidade, levando moradores a realizarem um protesto na BR-101, onde queimaram pneus e entulhos como forma de manifestação.
Além desse episódio, um relatório apontou que todas as pessoas mortas pela polícia no Recife em 2022 eram negras, assim como em 2021. O documento mostrou que negros representam 65% da população do estado, mas foram 89,6% das vítimas das forças de segurança estaduais.
Diante desse contexto, é necessário que as autoridades policiais e governamentais revejam seus protocolos e procedimentos, visando a redução da letalidade policial, garantindo a segurança da população sem que haja violação de direitos e perda de vidas de forma injusta e desproporcional. A transparência, a prestação de contas e a responsabilização dos agentes envolvidos em ações violentas são passos necessários para a construção de uma política de segurança mais justa e eficaz.