Segundo relatos, as casas na Rocinha, sem isolamento térmico e mal-ventiladas, geram uma sensação de sauna insuportável, especialmente para crianças e idosos. A falta de energia elétrica tem impactado severamente a vida dos moradores, trazendo sofrimento e dificultando a conservação de alimentos, além de causar problemas de saúde relacionados ao calor.
Nesse contexto, muitos moradores têm buscado estratégias de adaptação, muitos subindo até o topo do morro em busca de água fresca em um cano ou tomando banho com a água que sai desse ponto. No entanto, a situação permanece precária, com a falta de recursos básicos para aliviar os efeitos do calor extremo, como a incapacidade de ligar ventiladores devido à falta de energia.
Essa onda de calor no Rio de Janeiro faz parte de um panorama mais amplo de condições climáticas extremas no Brasil, que incluem uma seca histórica no Norte e chuvas intensas no Sul, acompanhadas de ciclones. Especialistas atribuem esses eventos ao aquecimento global e ao fenômeno El Niño.
Diante desse cenário, a adaptação ao calor extremo se torna uma tarefa essencial e urgente para o país. As autoridades locais e nacionais precisam desenvolver estratégias para garantir que as comunidades mais vulneráveis possam lidar com os efeitos das mudanças climáticas. Isso inclui a construção de espaços públicos que sirvam de abrigo em momentos críticos e a reestruturação das habitações em edifícios mais adequados para enfrentar as altas temperaturas.
No entanto, nas favelas íngremes do Rio, essas medidas apresentam desafios únicos, e grande parte da população ainda sofre com as condições precárias. A falta de recursos e investimentos em infraestrutura adequada para enfrentar o calor extremo em áreas de vulnerabilidade social continua sendo uma questão urgente a ser abordada pelas autoridades.