A startup Agility Robotics, por exemplo, busca criar robôs que possam operar em espaços humanos de forma semelhante aos seres humanos, mas sem a necessidade de se parecer com eles. Seu robô, chamado Digit, centra-se na capacidade de realizar tarefas, como pegar e mover caixas, ao invés da tentativa de se parecer com um humano. A Amazon está testando o uso do robô Digit em seus depósitos e a Agility já construiu uma fábrica para produzi-los em massa.
Outras empresas, porém, adotam uma abordagem diferente. A empresa Figure AI, por exemplo, acredita que apenas os verdadeiros humanoides podem se locomover com eficiência por locais de trabalho e casas. Sua proposta é produzir um robô comercial com várias funções, que possa assumir tarefas nas quais há escassez de mão de obra humana. A Tesla, por sua vez, está tentando desenvolver um humanoide chamado Optimus, mas ainda não tem um protótipo pronto para o mercado.
Já a Boston Dynamics, que é mais conhecida por seus robôs com aparência de cães, chamados Spot, experimentou com a construção de humanoides, mas acabou por desenvolver um robô não humanoide mais eficiente para manusear caixas. Enquanto isso, a Startup Sanctuary AI do Canadá está mais focada em aprimorar a destreza dos dedos robóticos antes de fazer os robôs andarem.
O CEO da Agility Robotics, Damion Shelton, acredita que robôs centrados em humanos serão cada vez mais comuns e parte integrante da vida humana nos próximos 10 a 20 anos. Em sua visão, os robôs serão acolhidos e não temidos, enquanto se preparam para adentrar empresas e residências, abrindo um vasto leque de possibilidades de aplicações nas tarefas diárias das pessoas.
Portanto, apesar das dificuldades e desafios enfrentados na criação de humanoides, diversas empresas ao redor do mundo estão empenhadas em superar as barreiras tecnológicas para desenvolver robôs centrados nos seres humanos, utilizáveis e eficientes em ambientes ocupados por humanos, sem a necessidade de se assemelhar a eles. Aos poucos, essa tendência tem se fortalecido e a perspectiva é que os robôs humanoides façam parte do dia a dia das pessoas no futuro.